Ossufo “preocupado”
Ossufo “preocupado” – O líder da RENAMO, principal partido da oposição em Moçambique, manifestou hoje preocupação com a falta de pagamento de pensões aos antigos guerrilheiros da organização, apelando ao Governo e aos parceiros internacionais para resolverem a situação.
“É uma lamentação legítima e que nos preocupa, porque quando os guerrilheiros estavam nas bases, tiveram algumas promessas e nós gostarias de vê-las materializadas”, declarou o líder da Resistência Nacional Moçambicana, Ossufo Momade.
O presidente da RENAMO falava no distrito de Marínguè, província de Sofala, centro do país, no âmbito de uma visita de trabalho que realiza à região.
Ossufo Momade considerou “preocupante” o silêncio do Governo e dos parceiros internacionais em relação à matéria, assinalando que foram dadas garantias do pagamento de pensões e financiamento de projectos de geração de renda para os antigos guerrilheiros, no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).
Na semana passada, o secretário-geral da RENAMO, André Majibire, avançou que cerca de mil antigos guerrilheiros que aderiram ao DDR estão sem receber pensões há seis meses.
Majibire disse que os combatentes desmobilizados devem receber uma pensão de sobrevivência paga pelas Nações Unidas, através do Governo moçambicano, durante um ano, no âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional.
Após esse período, os antigos guerrilheiros passam a receber uma pensão vitalícia do Estado moçambicano.
O entendimento, assinado em Agosto de 2019, foi o terceiro entre o Governo do partido FRELIMO e a RENAMO, tendo os três sido assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.
No âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, pouco mais de metade dos cerca de cinco mil guerrilheiros da RENAMO foram abrangidos pelo DDR.
O acordo é contestado por um grupo dissidente daquele partido de oposição autoproclamado Junta Militar da RENAMO, ao qual são atribuídos ataques a alvos civis e do Estado no Centro do país, com um saldo pelo menos 30 mortos, desde Agosto de 2019.
O grupo, chefiado por Mariano Nhongo, um general da guerrilha da RENAMO, acusa a actual liderança do partido de ter traído os ideais do falecido presidente da organização, Afonso Dhlakama, nos compromissos que assumiu com a liderança do executivo da Frelimo. (Ossufo “preocupado”)
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