Paz, ganho ou razão?

Paz – Em Moçambique “meio mundo” literalmente parou no período de transição de manhã para a tarde no dia 07 de Fevereiro de 2018 para acompanhar a comunicação do Presidente da República, à Nação, sobre o ponto de situação do diálogo que vem mantendo desde Dezembro de 2016 com o líder da Renamo.

À moda antiga, até houve casos de escutas/acompanhamento colectiva(o)s!

Como tem sido hábito nesta praça cheia de “bajús” e “críticos antecipados”, alguns começaram a apoiar e a condenar o conteúdo da comunicação presidencial mesmo antes de ser pronunciada, dependendo da inclinação partidária de cada um.

Uma vez feito o discurso, não tardaram as reacções, uns aplaudindo, outros criticando e alguns com indiferença.

Os apoiantes e os detractores esgrimiam os seus argumentos à farta.

Para uns Filipe Jacinto Nyusi é motivo de orgulho de todos, por isto mais aquilo. Para outros ele evidenciou ter feito cedências sem mostrar o que exigiu como contrapartidas, incluindo o desarmamento dos militares da Renamo e/ou a saída de Afonso Marceta Dhlakama do seu esconderijo.

Outros aplaudiram Dhlakama por ter conseguido a sua velha ambição de descentralização até ao nível das províncias e dos distritos, enquanto outros “crucificavam” o homem nascido em Mangunde por se contentar “com nada”, depois de anos de sacrifício pessoal e de muitos dos seus seguidores, alguns dos quais com as próprias vidas. Há mesmo quem questiona se o “homem forte” da “perdiz” estará ainda bem de cabeça…

Não há dúvidas que muita tinta ainda vai correr e muita saliva será expelida em torno deste assunto que mexe com todos e mexerá com as gerações vindouras.

Há quem fale mesmo de retrocesso democrático por limitar a intervenção directa dos cidadãos na escolha dos seus representantes e dirigentes. Mas há quem veja nisto  “progressos” alinhados com a actual conjuntura nacional.

Mas se nos basearmos na tese de que é mais fácil fazer a guerra – demolidora –, e difícil e penosos alcançar consensos, que conduzem à estabilidade e progresso, talvez maior ponderação avulte.

No meu modesto entender, há momentos em que temos de deixar de olhar para os nossos interesses pessoais e/ou de grupo e escolher se preferimos ter paz, ganho ou razão.

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã,  edição de 09 de Fevereiro 2018 na rubrica semanal TIKU 15!

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