Pena de morte repensada

Pena de morte – O Governo da África do Sul está a ponderar a reintrodução deste tipo de castigo para malfeitores, na sequência do agudizar da criminalidade no país, incluindo ataques a mulheres.

De acordo com o ministro da Justiça e Serviços Correcionais, Ronald Lamola, esta matéria poderá começar a ser tratada esta quinta-feira durante uma reunião do Conselho de Ministros.

Os recentes assassinatos de jovens provocaram uma onda de protestos, o que tem feito que se reivindique a pena de morte, um pedido que até agora tem o apoio formal de meio milhão de sul-africanos.

Dados referentes a 2018 indicam que a República da África do Sul tem uma população de pouco mais de 57,7 milhões de habitantes.

Entretanto, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, condenou esta quarta-feira a “violência que se tem espalhado por várias” províncias do país, destacando as agressões xenófobas que ocorrem desde a noite de domingo e que já provocaram sete mortos e quase 200 detidos (ver edição de hoje do Correio da manhã, na sua versão em PDF).

“Condeno a violência que se tem espalhado por várias das nossas províncias nos mais vigorosos termos”, disse Ramaphosa, num vídeo partilhado na plataforma Twitter.

Imagens recentes de violência na África do Sul

Na mensagem, o chefe de Estado sul-africano acrescentou que se irá reunir com ministros para “acompanhar o que está a acontecer” e para encontrar maneiras de acabar com a violência.

“Os ataques contra comerciantes estrangeiros são totalmente inaceitáveis; tal coisa não pode ser permitida na África do Sul”, acrescentou Ramaphosa.

“Quero que isso pare imediatamente”, afirmou, acrescentando: “As pessoas do nosso país querem viver em harmonia. Independentemente das preocupações e queixas que possamos ter, devemos geri-las de maneira democrática, discutindo”.

entre as sete pessoas confirmadas como mortas na sequencia da xenofobia está um de nacionalidade moçambicana, que morreu carbonizada quando a sua residencia foi invadida por vandalos.

O governante já solicitou que as autoridades policiais se reúnam com os chefes tribais nos albergues sociais de mineiros, para terminar com a violência.

O chefe de Estado destacou que a África do Sul é um país “completamente comprometido” contra a xenofobia e que não irá tolerar os ataques contra pessoas de outros países.

Uma nova onda de violência e pilhagens contra estrangeiros iniciou-se na África do Sul neste fim-de-semana, com maior incidência em Joanesburgo e Pretória.

Além do saque a dezenas de lojas, as autoridades relataram o assassinato de um civil em circunstâncias que ainda não estão claras.

Na terça-feira, a polícia disparou balas de borracha em Joanesburgo, para tentar evitar mais saques.

Redacção

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