Perspectivas incertas

Perspectivas incertas – O Banco de Moçambique considera que as perspectivas económicas para os próximos tempos são cada vez mais incertas no país, devido à covid-19 e ao conflito militar em Cabo Delgado, norte do território.

A avaliação consta do comunicado da reunião do Comité de Política Monetária (CPMO) emitido esta quarta-feira.

Desde a última reunião do CPMO, a 16 de Abril, “os riscos e incertezas agravaram-se significativamente”, referiu o órgão.

“A nível interno, as restrições impostas no âmbito da prevenção da covid-19 e a instabilidade militar, sobretudo na zona Norte do país, poderão afectar severamente o desempenho económico em 2020, num contexto em que a procura externa para os produtos nacionais está cada vez mais baixa”, notou o banco central. 

Para 2021, espera-se “uma retoma suave do crescimento, assente na normalização gradual da pandemia”.

“No primeiro trimestre de 2020, a economia cresceu 1,7%, após 1,5% no último trimestre de 2019”, referiu em comunicado cuja cópia foi enviada ao Correio da manhã.

No que respeita a divisas, o mercado dispõe de valor suficiente “para apoiar a actividade económica no curto e médio prazo”. 

“Desde Abril, o sistema bancário nacional comprou divisas no mercado doméstico no valor de 1.096 milhões de dólares [norte-americanos] e vendeu aos seus clientes um total de 1.022 milhões de dólares [norte-americanos], o que resultou num excedente de 74 milhões de dólares [norte-americanos]”, detalhou o banco central moçambicano. 

A taxa de câmbio continuou a registar uma depreciação, “embora a ritmos cada vez menores nas últimas semanas”, acrescentou a mesma fonte na avaliação que se resumo nas ditas perspectivas incertas. 

No mesmo período, as reservas internacionais aumentaram em 321 milhões de dólares [norte-americanos] para um saldo de 4.000 milhões de dólares [norte-americanos], “cifra que permite cobrir mais de seis meses de importações”. 

No mercado monetário interbancário, a liquidez mantém-se em níveis elevados, referiu hoje o banco central.

“As medidas de mitigação da covid-19 poderão afectar o perfil das contas públicas, mas espera-se que parte significativa da pressão seja minimizada pelos apoios dos parceiros de cooperação”, concluiu.

A avaliação foi feita na reunião em que o regulador bancário moçambicano reduziu a taxa de juro de política monetária (taxa MIMO) em 100 pontos base para 10,25%.

A próxima reunião ordinária do CPMO está agendada para 20 de Agosto.

Moçambique tem um total acumulado de 651 casos de covid-19 com quatro mortos e 169 recuperados.

 (Correio da manhã de Moçambique)

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