PERT-CPM
Por questões de custos, visando a sua minimização e maximização dos resultados finais e tendo como norte o cumprimento do prazo, sem sacrificar a qualidade dos bens e serviços entregues ao consumidor, todo o empreendedor busca encontrar os caminhos mais racionais, baratos e eficientes para atingir as metas planificadas. Aqui ao binómio “BAIXO CUSTO” versus “RESULTADO ÓPTIMO” é acrescentado o factor “ECONOMIA (POUPANÇA) DE TEMPO”. Então temos em presença os elementos: custos, resultados e tempo. De forma simplificada, o que pretendo dizer é o seguinte: não é economicamente racional um pasteleiro levar um mês a produzir um pastel de nata. Ele terá de encontrar o caminho mais óptimo para que, no mais curto espaço de tempo, produza, com a melhor qualidade final possível, o pastel de nata.
Com a introdução acima estamos a aproximarmo-nos do conceito do método PERT (Program Evaluation and Review Technique – Avaliação do Programa e Técnica de Revisão), muitas vezes acompanhado do CPM (Critical Path Method – Método do Caminho Crítico), que é uma técnica que permite administrar o calendário de um projecto. É uma ferramenta utilizada na gestão de projectos para calcular a duração de uma determinada actividade, um conjunto de actividades, ou mesmo de todo um projecto. É, com frequência, usada na indústria da construção civil ou noutras em que se trabalha com empreitadas rigorosamente aprazadas por contratos com cláusulas penalizantes em caso de incumprimento.
Afinal de contas, depois de a duração da realização das tarefas ter sido devidamente calculada, a planificação passa a tomar forma. Como é que, de forma organizada, se vai tirar o projecto do papel? E isto se alinha ao sequenciamento dos trabalhos e, consequentemente, permite a elaboração do cronograma (“relógio/grama”) de um projecto. Por palavras ainda mais simples, usando o exemplo que o nosso professor da disciplina de Investigação Operacional, o Dr. Mota de Castro, muito gostava de usar na Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane, ele perguntava-nos: para construirmos um avião começamos pela asa ou pela roda? Ele próprio respondia: usando a ferramenta PERT/CPM milhares de aviões são entregues ao mercado nos prazos contratualmente combinados. Mas como é que isto acontece? Usando o PERT/CPM!
Esta ferramenta de trabalho foi criada em 1957 nos Estados Unidos da América. Neste ano, visando aperfeiçoar a planificação, a programação e o controlo do projecto da contrução de um submarino atómico e do míssil Polaris, onde milhares de tarefas eram realizadas por centenas de firmas, os Estados Unidos da América desenvolveram o sistema PERT/CPM, que permitiu antecipar em dois anos a conclusão deste gigantesco projecto (in, Técnica de Avaliação, Revisão e Controle de Projectos, Belchior, PGO, página 18, 1970).
Tal como já o dissemos acima, esta técnica consiste em descobrir a duração de uma actividade. Para a obtenção deste efeito, tomamos em consideração três estimativas possíveis para a actividade: Optimista (O), Pessimista (P) e Mais Provável (MP).
A combinação dessas três possibilidades é o grande diferencial da técnica PERT, pois ela pondera as incertezas e riscos envolvidos na actividade.
– Optimista: É o cenário perfeito, onde tudo dá certo.
– Pessimista: É o pior cenário, onde tudo vai dar errado.
– Mais Provável: É um cenário razoável, onde tudo ficará dentro da normalidade, sem grandes surpresas (nem boas nem más).
Exemplos de projectos que podem utilizar PERT/CPM: Construção de um prédio; Desenvolvimento de um Software; Instalação de Hardware; Construção de um Navio; Pesquisa e desenvolvimento de um produto; O trabalho sequencial e em cadeia dos médicos durante uma cirurgia.
Por outro lado, como anverso e complemento do PERT temos o CPM. E o que é o CPM? Como é sabido, num projecto, as actividades dependem, cronologicamente, umas das outras para acontecerem de forma ordeira e sequencialmente. Quando a “actividade A” terminar, inicia a “actividade B”, depois a “actividade C” e assim por diante.
Ocorre que muitas vezes um projecto tem vários caminhos possíveis, como no exemplo abaixo (extraído da Google, 08/02/2024).
O caminho crítico é o mais longo de um projecto, ou seja, aquele cujas durações das actividades somadas chegam ao prazo total do projecto.
Se alguma actividade do caminho crítico atrasar, o projecto inteiro atrasará também. Mas se uma actividade de um caminho não-crítico atrasar, não haverá problema, pois entre elas existe uma folga.
No exemplo acima, o cálculo seria realizado da seguinte forma, para cada um dos caminhos:
A,B,E,G = 3+1+4+6 = 14.
A,C,E,G = 3+2+4+6 = 15
A,D,F,G = 3+3+5+6 = 17
Observando todos os caminhos possíveis, descobrimos que, neste caso, o Caminho Crítico é A,D,F,G. Para todos os demais caminhos há folga.
O que são folgas de cronograma?
Folgas são períodos (geralmente dias) que as actividades de um caminho não-crítico podem atrasar sem afectar o cronograma. Qual a folga dos caminhos que encontramos acima?
A,B,E,G = 3+1+4+6 = 14 – 17 (do caminho crítico) = 3 dias
A,C,E,G = 3+2+4+6 = 15 – 17 (do caminho crítico) = 2 dias
Com isto, conclui-se que nesses caminhos podemos atrasar tarefas em até 3 e 2 dias, respectivamente.
Uma observação importante é que apenas actividades que não participam do caminho crítico possuem folga.
(Fonte: Google, 08/02/24, Adaptado por ANTÓNIO MATABELE)
* Economista
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 08 de Fevereiro de 2024, na rubrica de opinião denominada N’siripwiti – gato do mato
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