“Plano B”: prepotência?
“Plano B” – Para não deixar qualquer dúvida, Rogério Zandamela, o governador do Banco de Moçambique (BM), acabou por revelar, esta segunda-feira, no evento sobre as decisões do Comité de Política Monetária (CPM), que a entrega do Moza ao Kuhanha foi um “Plano B” do Banco Central e, para tal, não foi preciso um concurso público, como esta instituição deixara transparecer ao longo dos dias que antecederam a “adjudicação”.
Deste modo, aquele que é tido como um gestor de topo deixou explícito que o BM do seu consulado não tem nenhuns problemas em pontapear o preceituado na lei. Tipo as leis são feitas por homens, logo…
As decisões do Comité de Política Monetária do BM eram aguardadas há vários dias e nessa conferência RogérioZandamela anunciou o fim da crise …
Zandamela disse também nesse evento que a contratação de João Figueiredo, para PCA Executivo, não enfermava de conflitos de interesses e que no mercado não existia um quadro à altura dele e que teve de ser o BM a ir buscá-lo; “Mas quando olhamos para o mercado, vou ser franco, não havia outro. Se conhecerem outro tragam-me. Eu não conheço”.
Isto quer dizer que o Banco Central não tem quadros à altura? Aliás, depois da exoneração de Joana Matsombe, então administradora do BM, esta foi despachada para o Moza.
Zandamela deixou várias vezes implícito de que houve gestão danosa na anterior gestão do Moza, contudo, não revelou que medidas foram tomadas, se retirou a idoneidade dos então gestores e se terá sido aberto algum processo junto à PGR.
Nas entrelinhas da narrativa de Zandamela, ficou a ideia de que o sistema financeiro somente começou depois de ele regressar ao país, como se antes não existisse nada e, por isso, o vale tudo.
Agora resta saber se a PGR irá seguir as pistas “fornecidas” pelo governador do Banco Central, no que tange aos alegados potenciais compradores que queriam comprar o banco para lavagem de dinheiro…
Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: Um “Plano B” enfermo de prepotência?
LUÍS NHACHOTE