Poder para roubar
Poder para roubar – Quando tanto se bate para alcançar o poder de Estado, socorrendo-se de meios ilícitos, tais como violência policial para capturar urnas, espancar em membros e simpatizantes da oposição, falsificação de resultados eleitorais, alterando a vontade popular, introdução de votos falsos nas urnas e/ou instruir os presidentes de mesa a fim de distribuírem dois, três, cinco ou mais boletins de votos por membros do partido governamental, previamente, já identificados. Nada aconteceu aos indivíduos que fizeram isso, voltaram ao trabalho.
A esses truques têm o nome de andar atrás do poder pelo poder, para servir interesses de um grupo restrito, neste caso, os dirigentes do partido Frelimo. Nesta jogada, também, entram membros do STAE – Secretariado Técnico de Administração Eleitoral. Alguns deles foram, nestas eleições autárquicas de 10 de Outubro, flagrados transportando, em suas viaturas, boletins de voto já assinalados para Frelimo, a fim de os distribuir pelas assembleias de voto, tornando, assim, eleições um acto sem importância para as comunidades. As eleições, no nosso país, desmobilizam por serem falsas.
O slogan do STAE que diz “o teu voto conta” é uma mentira porque o que decide, muitas vezes, o vencedor de uma eleição é o voto falso. O partido Frelimo faz retroceder a democracia. Vencem a fraude, os bandidos, espertos e corruptos que corruptos que provocam conflitos, guerras para continuarem no poder e, assim, serem vistos, pelo povo que desconhece as suas intenções, como salvadores da pátria. Vencem aqueles que enchem os seus bolsos de dinheiro roubado. A falsa vitória que obtêm através de fraudes é uma bomba-relógio.
Os órgãos eleitorais – STAE, CNE (Comissão Nacional de Eleições) e o Conselho Constitucional, incluindo a PRM (Polícia da República de Moçambique, com todas as características de uma autêntica milícia da Frelimo) – têm estado a empurrar o país para o ciclo de violência, por recusarem a justiça eleitoral.
O povo escolhe a quem acha que seja melhor para si e eles trocam, alteram os resultados e impõem um falso vencedor. A vontade do povo não conta nas grandes decisões e votar é uma decisão soberana mas não deixam o povo decidir pelo seu caminho. Se a soberania reside no povo, então, o povo moçambicano ainda não é soberano porque a Frelimo não respeita do povo.
O Presidente Filipe Nyusi diz : “Saúdo aos órgãos eleitorais, a Comissão Nacional de Eleições e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral…pelo empenho e profissionalismo… Saúdo a Polícia República de Moçambique por ter sabido manter a ordem e segurança, por ter impedido, nalguns casos, a ocorrência de violência, protegendo o cidadão sempre que estivesse em risco…”.
A comunidade europeia invés de ajudar na construção da paz, ignora as fraudes havidas e corre com saco de dinheiro às costas a dizer que vai apoiar a desmobilização dos militares da Renamo sem levar em conta que o que ameaça a paz são as eleições fraudulentas que a comunidade internacional abençoa e não as armas da Renamo, como nos querem ludibriar.
Edwin Hounnou
Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 01 de Novembro de 2018 na rubrica semanal MIRADOURO
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