Preço de petróleo recupera

Preço do barril de petróleo norte-americano recuperou hoje nos mercados asiáticos, situando-se ligeiramente acima de zero, depois de uma segunda-feira “infernal”.

A cotação atingiu níveis negativos pela primeira vez na história esta segunda-feira devido à saturação dos ‘stocks’ e à queda da procura causada pela pandemia da covid-19.

O barril do West Texas Intermediate (WTI) para entrega em Maio cotava-se, na abertura do mercado, a 0,56 dólares contra (0,52 euros) menos 37,63 dólares (pouco acima de dos 2.557 meticais) no fecho, na segunda-feira, em Nova Iorque.

Esta situação culmina seis semanas de descida aos infernos por parte dos preços do petróleo, que evoluíam nos 114 dólares em 2011 e a níveis recorde (145 dólares norte-americanos, ou seja 9.855 meticais) em 2008.

Em 05 de Março, no início de uma reunião de dois dias do cartel de exportadores, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), e dos seus aliados, entre os quais a Federação Russa, conjunto designado por OPEP+, o barril cai abaixo dos 50 dólares norte-americanos pela primeira vez desde 2017.

No dia seguinte, preço do barril do barril desce mais 10%, depois do fracasso das negociações, com os russos a recusa cortar mais a sua produção para apoiar o preço.

No dia 09 de Março, a cotação cai 20%, para perto dos 30 dólares norte-americanos por barril, depois de os sauditas terem anunciado o embaratecimento do seu petróleo, desencadeando uma guerra de preços com os russos, para procurarem aumentar a sua quota de mercado.

A queda das cotações prosseguiu nos dias seguintes e em 30 de Março as cotações do WTI e do Brent, cotado em Londres, continuam a cair, baixando para o mínimo desde 2002, com o WTI a ficar mesmo abaixo dos 20 dólares norte-americanos.

Mas em 02 de Abril regista-se uma subida histórica de 25% das cotações do preço do barril , depois de mensagens do Presidente norte-americano, Donald Trump, na rede social Twitter, que apontavam para um eventual acordo entre Moscovo e Riade sobre uma descida da produção.

No dia seguinte, as cotações continuavam a subir valorizando 10%, graças ao optimismo sobre o fim da guerra de preços russo-saudita.

Mas, em 09 de Abril, a cotação do WTI recua 09%, para cerca de 22 dólares norte-americanos, depois de uma reunião alargada da OPEP, por videoconferência, que deu lugar a um acordo histórico para reduzir a produção em 10 milhões de barris por dia. Contudo, os investidores consideraram este corte insuficiente para responder à quebra na procura em plena pandemia.

E, na segunda-feira, assistiu-se a uma jornada dantesca no mercado petrolífero. O valor do barril cai para valores negativos, uma situação inédita, com investidores e especuladores a procurarem desesperadamente desembaraçar-se de alguns barris, com um mercado de tal maneira saturado que os locais para armazenar o petróleo começam a faltar, perante uma procura inexistente.

No fim do dia de segunda-feira, o WTI fechou com o preço do barril a cotar 37,63 dólares norte-americanos negativos.

A dimensão espantosa desta queda é, contudo, explicada em grande parte por factores técnicos e acelerada pela expiração esta terça-feira do prazo para celebração de contratos para entrega de petróleo em Maio. Quem os tem precisa de encontrar compradores físicos, o mais depressa possível. Mas com os ‘stocks’ já em excesso, foram forçados a pagar para encontrarem quem ficasse com eles.

(Correio da manhã de Moçambique)

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