Preocupa-me a quantidade de barracas existentes aqui
A cada virar de esquina nesta província, encontram-se barracas e geralmente com vários jovens.
Depois de ter saído por um tempinho da cidade de Maputo, vi, ou melhor, percebi que o que temos de mais nesta província são barracas de venda de bebidas alcoólicas. Não se entende muito bem qual é a necessidade de em cada esquina desta província ter uma barraca, onde crianças, jovens e adultos orgulham-se de pernoitar, gastar o pouco dinheiro que ganham por algo que não traz nenhum benefício.
Não sei a quem culpo, se ao Governo ou não, mas isso talvez seja gerado pela falta de emprego neste país. Conseguir um bom emprego aqui é como tentar pescar sal dentro da panela cheia de água. É difícil, senão impossível. Alguns afirmam que abrem os mesmos estabelecimentos para tentar ganhar um pouco de sustento, vendendo, e outros para “curtir”, senão para afogar as mágoas desta vida.
Não sei qual é a perspectiva do Governo com a juventude nestas condições. Em que condições anda o tal dito “o futuro do amanhã” nestas condições?
É preocupante que manchetes de jornais sejam casos de alunos das escolas primárias e secundárias envolvidos em grupos onde todas as sextas-feiras chega-se à casa depois das 22h00 para quem o horário das aulas termina às 17h00, porque estava entre amigos a “curtir” e chega à casa todo embriagado.
Sempre que volto do trabalho, pelas 19h00, nas sextas-feiras, vejo as paragens cheias de estudantes embriagados e outros até drogados.
As drogas estão a trazer a perdição da nossa juventude. Não se justifica que em frente a escolas primárias e secundárias o que tenha de mais, além de lanchonetes ou papelarias ou até mesmo uma biblioteca, sejam barracas que vendem bebidas de baixa qualidade ─ mas com elevado teor de álcool ─ a um preço de banana, o que alicia a criança com pouco dinheiro no bolso a comprá-la.
Já dizia o Azagaia: “oferecem à juventude prazeres e bebidas alcoólicas e depois chamam-lhe perdida”culpando o sistema de facilitar na perdição da nossa geração dando-lhe álcool e mais álcool e as oportunidades dos melhores empregos oferecem aos seus conhecidos. Os que não têm conhecidos ou familiares influentes onde e como ficam?
Preocupa-me o facto de um livro estar a 600 meticais e as tais ditas bebidas secas estarem a 50 meticais, ou até mais baixo que isso. Que opção o jovem tem a não ser optar pelo mais barato?
Que futuro se perspectiva numa nação onde o Governo abre espaço para a disputa de copos de cerveja e não de oportunidades de emprego?
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 09 de Janeiro de 2024, na rubrica de opinião denominada Geração 2000
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