Prisão perpétua

Prisão perpétua – Moçambicanos exigem prisão perpetua contra outro moçambicano em Joanesburgo, na vizinha República da África do Sul, acusado de estrangular até à morte uma filha de 12 anos da sua antiga namorada em Fevereiro de 2018.

A Sala Número 6 do Tribunal Criminal Regional de Palm Ridge, cerca de 50 quilómetros a sudeste de Joanesburgo, ficou pequena para acomodar mais pessoas na sexta-feira (12Jul) que pretendiam assistir a sessão.

Muita gente lotou a sala para ouvir o caso de moçambicanos contra outro moçambicano longe de casa.

Nelson Samuel Dimande, 36 anos de idade, é acusado pela família Zitha de ter estrangulado no dia 15 de Fevereiro do ano passado a filha de 12 anos da sua antiga namorada, em protesto contra o corte de relações entre os dois.

A irmã da vítima, Kone Zitha, em indisfarçáveis pratos, exige prisão perpétua contra o acusado conterrâneo.

“Gostaria de ver Nelson Dimande justamente bem condenado, talvez a partir dos 15 anos para frente”, disse a jovem Kone ao jornal Correio da manhã enquanto limpava as lágrimas que escorriam pelo rosto.

Familiares, amigos e vizinhos da criança assassinada foram ao tribunal apoiar a família enlutada, empunhando dísticos e fotografias ampliadas do acusado e da vítima.

Alguns dísticos tinham palavras dizendo no bailnão à caução – e life sentenceprisão perpétua.

A África do Sul aboliu a pena de morte logo depois da queda do regime do apartheid em 1994, tendo substituído com pena prisão perpétua para graves crimes.

A líder da comunidade moçambicana em Katlehong, Uraka Dava, disse que os moçambicanos são mal vistos na zona por causa de zaragatas e outro tipo de crimes alegadamente cometidos por outros moçambicanos.

Segundo Uraka Dava, “muitos se envolvem em violação sexual de mulheres, pancadarias e matam-se durante bebedeiras. Ê muito triste”, referiu Uraka que vive na África do Sul desde 1990.

O tribunal arrolou três testemunhas, das quais uma criança de nove anos, irmã da vítima mortal, que viu quase tudo no dia do homicídio refugiada num dos quartos da casa transformada em local do crime.

No primeiro dia do julgamento, o acusado negou tudo, considerando que a família da antiga namorada sempre teve ódio contra ele.

Em declaração escrita e lida pelo seu advogado, Nelson Dimande diz ser inocente.

Mas a família enlutada e vizinhos exigem prisão perpétua ou então expulsão do acusado da África do Sul.

Petrus Sishele, membro da comunidade de Katlehong, falou para o Correio da manhã dizendo que “caso Nelson seja ilibado do crime vamos nos juntar e dizer que ele deve sair do nosso país para onde pertence”.

Para o advogado de Nelson Dimande, o seu cliente abracou a religiao na cadeia e até virou pastor de igreja na penitenciária desde que foi detido em Fevereiro do ano passado.

Sem remorso e em passo firme o jovem imigrante apareceu na barra da justiça com Bíblia Sagrada em punho, invocando Deus em voz alta.

Todavia, o Ministério Público sul-africano não mostra sinais de compaixão e avisou que Nelson Dimande poderá ser condenado pelo menos 15 anos de prisão.

O julgamento prossegue esta segunda-feira (08Jul19)

Redacção

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