PRM mantém operações
A Polícia da República de Moçambique (PRM) afirma que vai continuar com as suas operações para “garantir a ordem e segurança” da população no centro de Moçambique, após o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, anunciar um cessar-fogo temporário.
“Tomámos conhecimento deste acordo, mas aquilo que é o papel da polícia continuará naturalmente. Continuaremos firmes”, declarou, esta terça-feira, em Maputo, o porta-voz do Comando Geral da PRM, Inácio Dina, na conferência semanal de balanço das actividades policiais.
Rapidamente as declarações de Inácio Dina suscitaram algum embaraço a muita gente que já estava a festejar a anunciada trégua, apesar de ser tida como “provisória”.
“Mas afinal de contas vão parar de lutar ou não?”, indagou-se Felisberto Nhanombe, abordado pela Reportagem do jornal Correio da manhã na terminal da Junta, onde se prepararava para embarcar para Inhambane, sua terra natal, onde diz pretender passar a festa de passagem de ano.
Lurdes Chuva, que diz ser natural de Manica e também falou para a Reportagem do Correio da manhã na Junta, onde pretendia adquirir passagem de autocarro para o planalto central de Moçambique, comentou as declarações do porta-voz da PRM nos seguintes termos: “mas que operações são essas que a PRM diz que pretende manter?”
Apesar de destacar a importância da trégua de uma semana anunciada por Dhlakama, Inácio Dina disse que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) “cumprem um mandato constitucional” e, por isso, podem posicionar-se em qualquer ponto do país.
“Nós vamos continuar a proteger as pessoas. Em nenhum momento a presença da polícia serviu para ameaçar o cidadão”, observou Inácio Dina, reiterando que a missão da corporação é “garantir que as pessoas estejam sempre seguras”.
Na manhã desta terça-feira, o líder da Renamo anunciou uma trégua de uma semana como “gesto de boa vontade”, no seguimento de uma conversa telefónica mantida na segunda-feira com o Presidente moçambicano.
Dhlakama assinalou hoje que tem mantido conversas com Nyusi, com o objectivo de “cultivar a confiança”, mas não vai ceder na continuação dos mediadores internacionais nas negociações de paz.
Redacção