Quanto vale para a FRELIMO sair do poder?

Essa pergunta ecoa nas ruas, nas redes sociais e nos corações de milhões de moçambicanos que sonham com mudanças profundas no país. Para muitos, a permanência da FRELIMO no poder não simboliza apenas continuidade, mas também décadas de promessas não cumpridas, desigualdades crescentes, corrupção endêmica e repressão política. 

A cada eleição marcada por suspeitas de fraude e controle estatal, o sentimento de frustração aumenta, assim como a percepção de que a democracia em Moçambique está sendo sequestrada.  

Para o povo que sofre com a pobreza, o desemprego, a falta de acesso à saúde e educação de qualidade, a questão “quanto vale?” Não se refere a um preço monetário, mas ao sacrifício necessário para recuperar a liberdade, a dignidade e a esperança. 

Vale o risco de enfrentar a repressão policial em manifestações? Vale o custo emocional de resistir ao medo imposto por um sistema que controla tanto as urnas quanto os meios de comunicação?  

O desejo de mudança é legítimo. A juventude moçambicana, conectada pelo poder do ciberspaço e inspirada por movimentos democráticos globais, tem demonstrado que não se cala. Eles acreditam que Moçambique merece lideranças comprometidas com o povo, que respeitem os direitos humanos e promovam um futuro inclusivo e próspero.  

Mas, enquanto a FRELIMO se mantém no poder por meio de estratégias que minam a oposição e perpetuam um estado de impunidade, o sonho de alternância democrática parece distante. 

A saída da FRELIMO do poder, para muitos, só será possível com a união popular, a mobilização contínua e o fortalecimento de mecanismos que garantam eleições justas e transparentes.  

No final, a resposta para “quanto vale para a FRELIMO sair do poder?” Está na força de um povo que não desiste, que luta diariamente por um Moçambique verdadeiramente livre e democrático. Vale tudo, exceto desistir. 

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

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