Que venha FBI!

Que venha FBI!  – Foi a inércia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que chamou os americanos a agirem de forma enérgica, para o gáudio do povo moçambicano, que viu o seu futuro enterrado em lama porca devido às dívidas inconstitucionais contratadas por um grupo de marimbondos, aliás, bandidos e mafiosos.

A PGR não  viu nada nem quer ver alguma coisa. A PGR demonstrou  a sua irrelevância político-social. É um órgão ao serviço dos tubarões e gatunos que travam o  desenvolvimento socioeconômico do país.

Temos uma ímpar oportunidade de ver com os próprios  olhos como os órgãos de justiça funcionam quando não  se encontram presos a interesses partidários – pisou a linha contínua, levou! A PGR repara a quem pode acusar, persegue os pilha-galinhas. Não torra farinha com a grande máfia perante a qual dobra o joelho e diz “sim, patrão”.

Andamos, desde 2015 até ao presente momento, a dizer que os promotores do maior escândalo financeiro que o nosso país já teve deveriam ser responsabilizados criminalmente e não fomos ouvidos.

Acólitos do regime saíram em defesa dos gatunos, catalogando-nos de antipatriotas.

A PGR, com a senhora Beatriz Buchili, fez ouvidos de mercador. Sabíamos muito bem que eles roubaram um grande volume de dinheiro e o povo estava sendo obrigado a pagar pelo prato que não comeu nem sequer viu. Nós  estávamos certos do que dizíamos. Sabíamos que a razão estava do nosso lado como está ficando provado.

O grupo composto por autores morais e materiais da pobreza em que nos encontramos, não  deve ficar imune. Nunca nos conformamos com música  cantarolada dos informes anuais da PGR nem do ilusionismo barato de Filipe Nyusi.

Andam em altos Mercedes-Benz do último grito da tecnologia, com  salários chorudos, rodeados de mordomias invejáveis às custas do povo, mas servindo a bandidos, gatunos e a lesa-pátria. Eles servem os gatunos e deles devem receber os seus salários. Como o empregado manhoso, faltoso não tem direito a salário, Buchili e o seu grupo deveriam devolver ao Estado o que receberam em forma de salários findos e pedirem,  sem mais delongas, licença sem vencimento por tempo indeterminado.

Eles podem, querendo, trabalhar, por tempo inteiro, para os promotores das dívidas inconstitucionais. O país tem gente capaz de desempenhar, com zelo, as funções de procuradoria eficiente e à  altura das necessidades que os moçambicanos precisam! Arrumem as vossas malas e saiam pela porta da vergonha. A actual equipa da PGR não tem um pingo de patriotismo.

Sabemos que os valores que receberam em nome da defesa do povo moçambicano acabou sendo dividido entre os negociadores do governo de Armando Guebuza, os banqueiros e outros. Como a compra de armamento não tenha sido feita por pessoal especializado das FADM, conduzido por indivíduos estranhos? Era para roubar.  Guebuza até meteu Mussumbuluco, seu filho, para entrar no festival do roubo.

Querem-nos ver a sair em defesa dessa corja? – Não. Nós desejamos ver os americanos a remover toda a palha. Que venha FBI para nos acudir!

Edwin Hounnou 

Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Correio da manhã do dia 09 de Janeiro de 2019 na rubrica semanal MIRADOURO.

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