Quem mal semeia pior colhe
Quem mal semeia pior colhe. Esta máxima serve para todas as esferas, sejam ela da educação, da saúde, política, moral, etc.
Para já, sinais da pior colheita se assistem aos mais variados sectores e níveis.
Para já, tais sinais são assuntos de galhofa, mas daqui a um par de anos serão motivos de choros e ranger de dentes.
Hoje por hoje é normal assistir a políticos ou políticus, (anal)listas, (des)governantes a balbuciar mensagens (?) que (talvez) apenas eles podem decifrar/entender, por enquanto para chacota.
Por contingências profissionais, amiúde recebo comunicados (?) da mais variada índole, lavrados por assessores/consultores com gafes de bradar aos céus, por enquanto motivos para gargalhadas a comentários jocosos.
Mas, acredito, daqui a um par de anos isso vai trazer consequências aterradoras, principalmente para os nossos descendentes.
Isto tudo acontece numa altura em que as cerimónias de graduações de “quadros” estão prestes a ocorrer em estádios, porque salas para esse efeito começam a escassear, dadas as quantidades em que esses mesmos “doutores” são “debitados” para o “mercado de emprego”, como se proclama, por cada sessão de graduação.
Espantosamente, dentre esses contingentes de “quadros” gerados às milhentas na nossa “pátria amada” não se vislumbra nenhum dos filhinhos nascidos em “berços de ouro”, daqueles que não raras vezes marido, esposa, filho/a genro/nora, sogro/a cunhado/a são (ir)responsáveis aos mais variados sectores e níveis. Eles se formam, de verdade, no exterior, onde igualmente se tratam, porque não confiam nos “quadros” que cuidam do pobre coitado povão, povão este que assiste, indiferente e alegremente, a este estupro a céu aberto protagonizado por facínoras que até, volta e meia, aplaude e acarinha.
Se antes havia algum pudor, hoje por hoje se faz tudo com um escandaloso à-vontade, ao ponto de declarar que alunos que praticamente sequer frequentaram uma classe dela transitem, automaticamente, para a classe seguinte, para ceder vagas aos novos ingressos. Infelizmente, uma sociedade inteira assiste e aceita esta fraude com uma escandalosa indiferença, salvo alguns comentários sarcásticos nas redes sociais.
Conheço um país que em processos eleitorais começou com alegações de enchimentos, sorrateiramente, de urnas com boletins de voto previamente preenchidos, e que, paulatinamente “evoluiu” até chegar ao nível de se movimentar urnas de votos por janelas e que depois circulam com forças militares, mas que depois os resultados são considerados “livres, justos e transparentes”, porque os supostos “roubados” aceitaram à primeira, à segunda, à terceira, à quarta, à quinta, à …
Evitarei a linguagem mais boçal nestes casos, mas costuma se dizer que ser torpedeado uma vez na vida pode acontecer a qualquer um, mas ser torpedeado duas vezes se diz que a pessoa que “apanha” gosta, se forem três vezes se diz que tem hábito, mas se tal ocorre mais de três vezes, se afirma que a “vítima” é viciada em ser torpedeada!
Quem mal semeia pior colhe.
Escrevi isto, aqui e agora, porque ainda creio que, como em anteriores desafios, Moçambique triunfará e permanecerá.
REFINALDO CHILENGUE
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 09 de Outubro de 2020, na rubrica semanal TIKU 15
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