“Quo vadis”, MDM?
Das hostes do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), mais concretamente da capital do maior círculo eleitoral do país – Nampula –, parece se estarem a viver autênticos dias de fel, para desabono do equilíbrio que se reveste na bipolarização entre os dois principais partidos.
O edil de Nampula, Mamumo Amurade, também ele membro da Comissão Política do MDM, acaba de sacudir o capote das alegadas práticas nepotistas e de corrupção de que foi acusado por uma partidária do seu círculo e, pela mesma via – comunicação social –, saiu a público para se dizer vítima de uma cabala que está a ser destilada dentro da sua organização.
Começa a ser lugar comum que as quizilas domésticas do MDM transpirem cá para fora, por conta da forma como a direcção do partido terá montado a sua máquina, com o comando nas mãos dos irmãos Daviz e Lutero Simango.
O cariz étnico/tribal do MDM, com as araias assentes por gentes de Sofala fiéis aos Simango, esta terceira força política se vai revelando, de forma triste numa organização com requintes de “gang”.
Nunca se entendeu porque carga de águas os irmãos Simango não têm dentro da sua Comissão Política o edil de Quelimane, Manuel de Araújo, muito provavelmente o mais esclarecido tecnicamente na organização.
A direcção do MDM parece ser uma fiel reprodutora de práticas nepotistas dos dois principais partidos no país: o clientelismo é a tónica.
Quando esta formação deu cara, uma franquia de jovens se reviu nela, ao trazer a proposta de quebrar a bipolarização e afirmar que o seu projecto era “Moçambique para Todos”!!!
Que “Moçambique para todos” é esse que primeiro o escrutínio é feito na cidade da Beira? Que projecto é esse cheio de cabalas contra gentes que não têm o cordão umbilical nessa cidade portuária?
Com este trilhar e com as eleições autárquicas que se avizinham para o próximo ano, o MDM não se poderá queixar de ter perdido uma considerável base de apoio urbano, por conta de quizílas de cariz étnico tribal.
Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: “Quo vadis”, MDM?
Luís Nhachote