Quo vadis, Renamo?

Ao excluir-se de fazer parte da Comissão Parlamentar de Inquérito que ausculta os principais intervenientes que contraíram as dívidas que a fizeram de soberana, na criação das empresas Ematum, MAM e Proindicus, no maior dos segredos, a Renamo voltou a perder uma oportunidade soberana.

Tem sido hábito e de mau gosto a auto-exclusão do maior partido da oposição em processos similares, como o foi da vez da comissão que investigava as valas comuns na zona central do país.

Entretanto, tem sido comum os membros activos da Renamo comentarem publicamente sobre estes casos, incluindo por via da sua publicação semanal, a Perdiz, quando o podiam fazer em sede própria, inquirindo os actores.

Um partido da oposição, sendo ele o principal, tem responsabilidades acrescidas que permitiriam a abertura do véu de casos que têm abalado a vida dos seus concidadãos.

Não estou em crer que o partido no poder, a Frelimo, tenha perguntado aos seus correligionários, como Manuel Chang, por exemplo, que “Pecado” é esse que ele disse que cometeu com a criação da Ematum.

Como também não estou em crer que os deputados da Frelimo tenham inquirido a fundo ao seu antigo presidente sobre as razões que o teriam levado a “mandar passear” a Constituição da República e a conferir poderes ao seu antigo ministro das Finanças a ir buscar dinheiro para a criação de empresas, cujos estudos de viabilidade são a todos os níveis duvidosos, como se pode aferir pelos atrasos nos reembolsos aos credores.

Se a Renamo quer ser séria tem de começar a cogitar sobre as suas responsabilidades nesta perene democracia, a qual o seu líder reclama a paternidade e não se contentar apenas nos salários e regalias que os seus deputados auferem…

 

Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: Quo vadis, Renamo?

Luís Nhachote

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