Ramaphosa confiante no êxito da missão africana de paz

Alheio ao cepticismo quase generalizado em torno da utilidade e perspectivas de sucesso das recentes viagens a Kiev e a São Petersburgo, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse, esta terça-feira (20 de Junho) em Pretória que a missão de paz Africana “foi bem-sucedida”.

Na África do Sul certos sectores, incluindo o maior partido na oposição, a Aliança Democrática, afirmam que a iniciativa levada a cabo por sete líderes africanos, incluindo Cyril Ramaphosa (Redactor N° 6585, pág. 5), é uma “perca de tempo e de recursos”.

Para justificar este posicionamento apontam o extremar de posições por parte dos principais intervenientes, ou seja, Vladimir Putin e Volodymiro Zelensky na questão das áreas actualmente ocupadas pelos russos.

Apesar deste pessimismo, Cyril Ramaphosa, que esta terça-feira recebeu os Primeiros Ministros dos Países Baixos e da Dinamarca, vincou que “acreditamos que a nossa missão foi bem-sucedida ao registar a disposição dos líderes africanos de contribuir para uma paz negociada e destacar os efeitos mais amplos do conflito”.

Ainda perante os ilustres visitantes, Ramaphosa disse ter esperança de que a missão de paz Africana “contribua, de alguma forma, para os esforços internacionais de paz”.

Vladimir Putin com Cyril Ramaphosa

O estadista sul-africano diz que o frente-a-frente com Zelensky e Putin serviu para os líderes africanos abordarem o efeito prejudicial que o conflito no Leste europeu está a ter no continente africano, que enfrenta a escassez de alimentos e o elevado custo de vida.

“Entre outras coisas, exigimos a redução da intensidade dos combates e o início urgente das negociações; a libertação de prisioneiros de guerra e a devolução de crianças; maior apoio humanitário e a priorização dos esforços de reconstrução”, disse Cyril Ramaphosa.

A iniciativa dos chefes de Estado africanos colocou o continente nos holofotes do mundo, no entanto, resta saber os efeitos que tal vai trazer no conflito que dura há cerca de ano e meio.

Os dados no terreno não dão indicações de, a breve trecho, haver negociações para o fim do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

RAULINA TAIMO, Correspondente na África do Sul

https://bit.ly/41XbJTI

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