Ramaphosa e Biden: Ucrânia

Ramaphosa e Biden – Na sua conta no Twitter, o Presidente sul-africano, Matamela Cyril Ramaphosa, confirma ter falado, ao telefone, com o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, poucos dias depois de a África do Sul se abstiver de votar na resolução de retirara da Rússia da comissão da ONU dos direitos humanos.

“Tivemos uma ligação produtiva”, lê-se no twitter de Ramaphosa, consultado pelo jornal Redactor, que terá discutido com Joe Biden a guerra na Ucrânia, o comércio, as mudanças climáticas e a segurança alimentar.

Sobre a guerra na Ucrânia, o presidente sul-africano diz ter concordado, com Biden, “sobre a necessidade de um cessar-fogo e do diálogo entre a Ucrânia e a Rússia”.  A África do Sul tem sido criticada por se abster de condenar a invasão russa à Ucrânia e, mais recentemente, por se abster de votar pela suspensão da Rússia da comissão da ONU dos direitos humanos. Pretória tem pautado pela neutralidade, socorrendo-se nos princípios do Movimento dos Não-Alinhados [de 1962] de que é membro, tal como Moçambique.

Na sexta-feira (08Abril2022), a chefe da diplomacia sul-africana, Naledi Panddor, disse a jornalistas que apesar de a África do Sul se abster, não significa que esteja a tolerar a invasão russa a Ucrânia.

Joe Biden integra uma lista considerável de personalidades que falaram com Cyril Ramaphosa, desde o início da guerra, em 24 de Fevereiro, que inclui o próprio presidente russo, Vladmir Putin e o presidente chinês, Xi Jiping. Mais recentemente, Ramaphosa manifestou disponibilidade de conversar com o seu homologo da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na tentativa de convencer a Rússia e a Ucrânia a enveredarem pelo diálogo.

No twitter a que nos referimos, o estadista sul-africano escreve que “como parte do aprofundamento das relações, concordados [na conversa com Biden] em formar uma equipe para fortalecer o comércio e aumentar o investimento e trabalhar para combater as mudanças climáticas”. Diz também que “discutimos a necessidade de apoiar o crescimento e o desenvolvimento no continente africano”.

Já a Casa Branca fez saber que Biden e Cyril Ramaphosa discutiram o impacto da crise na Ucrânia nos preços das commodities, cadeias de suprimentos e segurança alimentar em África. (Ramaphosa e Biden: Ucrânia)

RAULINA TAIMO, correspondente na África do Sul

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