Choro de Mãe Negra

Sentimos sua ausência Mãe…

Em tempos, as vivências eram regradas. Havia tudo de forma e maneiras diversificadas, o tradicionalismo na época era feito entre família, à volta da fogueira! Toda a conversa era centrada e direccionada. Era um momento em que se acomodava a presença de todos para se transmitir os ensinamentos e preparar o “Homem” para enfrentar o amanhã de forma racional e empírica.

Narravam-se contos de exaltação à “Pátria Amada”, mostrando a todos quem somos, onde estamos e para onde vamos, para que se cresça com um horizonte e aceitação do próximo no contexto social, tendo em conta os aspectos vividos na época. “Karingana wa karingana…, era uma vez…”, formas introdutórias para desenrolar um facto, chamando assim a concentração de quem por perto estivesse para acompanhar o historial.

Bonitos tempos para quem os viveu e reflexivos para quem destes ouve falar…

Hoje, com a modernização, os convívios e vivências sociais tornam-se centralizadas. A actual geração não conhece o segredo da lenda, do conto, da fábula e muito menos do duende.

O fogão a carvão bem como a gás levou o lugar da lareira (uso da lenha). As conversas entre famílias já não se fazem sentir, uma vez os telemóveis marcarem a actualidade. O sorriso particularizou-se, as refeições acontecem em horários e locais diferentes no seio da família.

Não há espaço para diálogo. Os valores e culturas da nossa moçambicanidade estão apagados, da capulana apenas sobra o nome que o tecido, quem a veste são Homens ao invés das Mulheres (que nelas tornou-se um pano invisível). Admitimos o evoluir e socializamo-nos com aspectos a elevação do modernismo, mas não encorajamos o abandono dos hábitos que descrevem o nosso ser enquanto moçambicanos.

Será que voltas oh Moçambique real?

Na necessidade de atributo de valores humanitários buscou-se a “igualdade dos direitos”, abriu-se espaço à “Liberdade de expressão” para dar cobro a comunhão que de facto somos “Livres”, mas esta liberdade é tomada de forma exagerada por todas as gerações, manipulando os dizeres e fazendo das palavras com maior dessabor as que não foram proferidas.

Onde vamos com estas atitudes! Nossa real diversão e respeito se foi!

Tempos de fara trocados hoje pelas famosas discotecas lotadas por menores de idade, não quero ser da geração olheira, mas o seu sorriso me parece estar apagado.

A si próprio não te reconheces e jamais te vais respeitar, mesmo com dizeres de género nas Escrituras Sagradas, é comum o desrespeito ao próximo, o que marca um ser literalmente diferente entre irmãos da mesma classe ou sociedade.

Por onde anda o respeito, volta e te assenta junto a nós para fazer forte a existência da diferenciação entre os Homens, não te imponhas como medo, mas sim como sentimento que impede uma determinada pessoa de tratar mal a outrem…

 “És positivista e considerável pelas suas qualidades reais”, o que se traduz na empatia como acto que passamos dum para o outro.

Saudades suas, terra-mãe!

CÉSAR NHALIGINGA

Este artigo intitulado foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 06 de Junho de 2025, na rubrica de opinião denominado OPINIÃO

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