O colapso dos lambebotas: uma tragédia cómica em quatro actos
Era uma vez uma classe muito especial de cidadãos, conhecidos no submundo político como “os lambebotas”. O nome pode parecer estranho, mas a profissão era das mais antigas e respeitáveis entre eles: bajular, glorificar e defender o indefensável com o fervor de um pastor evangélico num domingo de dízimos.
Tudo corria bem nesse universo paralelo até que… BUM! A bomba explodiu!
Venâncio Mondlane e Daniel Chapo encontraram-se, conversaram e — oh, tragédia! — Sorriram um para o outro! A cena foi captada por câmeras impiedosas e espalhada nas redes sociais como incêndio em palha seca. Foi o suficiente para que os bajuladores entrassem em curto-circuito.
ACTO 1: O AVC COLETIVO
Assim que a foto viralizou, a crise começou. O primeiro sintoma foi um AVC isquêmico colectivo. Cabeças explodiram de tanto pensar em como justificar o injustificável. O grupo que passou anos insultando Mondlane e glorificando Chapo agora tinha que recalcular a rota da bajulação. Um lambebotas mais experiente, de nome EV, foi encontrado desmaiado com o telefone na mão e espuma no canto da boca.
— Chamem a ambulância! — gritou um colega. O GA
—Não, chamem o Comité Central! — corrigiu outro.
Enquanto isso, a ala jovem dos bajuladores tentava se acalmar repetindo mantras: “O partido tem razão, o partido tem razão, o partido tem sempre razão”. Mas nem isso ajudava.
ACTO 2: CABEÇA DE REPOLHO, LÍNGUA DE TOMATE E OLHOS DE LIMÃO
No meio da confusão, um analista político de ocasião declarou:
— Os bajuladores são como salada mista: cabeça de repolho, língua de tomate e olhos de limão!
E não é que fazia sentido? A cabeça de repolho indicava a confusão mental, a língua de tomate simbolizava a facilidade de falar o que quer que fosse necessário, e os olhos de limão… ah, esses eram os mais expressivos, sempre arregalados de susto a cada nova reviravolta política.
ACTO 3: A TENTATIVA DE JUSTIFICAR O INJUSTIFICÁVEL
Diante da crise, iniciou-se a fase da reinterpretação dos factos. Um lambebota sênior pegou o microfone e anunciou com a voz solene:
— Companheiros, o que vimos não é o que parece! O camarada Chapo estava apenas evangelizando o inimigo! Mondlane foi levado para um debate filosófico sobre a supremacia do partido! Nada mais do que isso!
Os seguidores engoliram seco. Mas então veio a pergunta fatal:
— E por que eles estavam a sorrir?
Silêncio. Murmúrios. Desespero. O palestrante suou, coçou a cabeça de repolho e tentou a última cartada:
— Meus senhores, a política é dinâmica!
E assim selou-se o destino da bajulação do dia.
ACTO 4: A LIÇÃO FINAL
No final, restou a dura realidade: para os bajuladores, cada dia é um novo desafio. Hoje atacam, amanhã defendem, depois de amanhã fingem que nunca disseram nada. É um esporte radical, uma arte circense, um jogo de malabarismo onde a única regra é nunca parar de girar.
E assim continua a saga dos lambebotas, sempre prontos para justificar o contrário das coisas… até que uma nova foto viral os faça ter outro AVC. E da próxima vez, pegam um AVC hemorrágico
JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA
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