Moçambique ou Far West? Quando a Polícia confunde o povo com o inimigo

Se alguém pousasse de paraquedas em Moçambique ontem, dia de Março de 2025, juraria que aterrissou em um filme de Faroeste – daqueles em que ninguém sabe ao certo quem é mocinho e quem é bandido, mas todo mundo tem bala para gastar. 

O som dos disparos em Xiquelene parecia uma versão moçambicana do funk proibidão das favelas do Brasil, só que com um detalhe: aqui, os cowboys de farda são pagos para proteger, mas decidiram abrir fogo contra quem deveriam defender.  

Fica a grande questão: nossos policiais são bandidos infiltrados ou defensores do povo? Porque, se são defensores, alguém precisa urgentemente lembrá-los disso – talvez com um cartaz, uma faixa ou, quem sabe, uma mensagem de WhatsApp (isso se não atirarem no celular antes de ler). Afinal, não faz muito sentido proteger alguém enchendo esse alguém de chumbo.  

Enquanto a PRM segue promovendo seus festivais anuais de “tiros e trapalhadas”, o povo só pode fazer o que já virou hábito: correr, se esconder e depois debater nas redes sociais se o que aconteceu foi uma “operação policial” ou um simples treino de guerra urbana.  

Uma coisa é certa: se continuar assim, a única diferença entre Moçambique e um campo de batalha real será a falta de um general para assumir a autoria do desastre.

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

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