A Fronteira do Boladaço: pague para passar (E Para Respirar Também!)

Se você achava que atravessar a fronteira de Ressano Garcia já era um teste de paciência, espere só até virar um empreendimento comercial! Isso mesmo, minha gente, a nova gestão da fronteira será tão comercial que até para respirar o ar da alfândega você poderá ser taxado. Bem-vindos à “Fronteira do Boladaço” – onde tudo tem um preço, inclusive sua dignidade.

Imagine só: você chega todo animado para atravessar, pensando que vai só mostrar o passaporte e seguir viagem. Mas não! Primeiro, taxa de pisada no solo fronteiriço – afinal, cada pegada sua desgasta a estrada. Depois, taxa de oxigênio – porque o governo descobriu que o ar que você respira ali tem valor comercial. E se você estiver carregando muita bagagem? Ah, meu amigo, prepare-se para o “Imposto Sobre Volume de Vida” (IVV), onde cada peça de roupa extra custa uma fortuna.

E não para por aí! Para os homens, a nova tarifa de gônadas masculinas Grandes pode ser aplicada – afinal, se tem coragem de desafiar o sistema, tem que pagar pelo atrevimento. Para as mulheres grávidas, uma cobrança extra pelo “Peso Adicional ao Solo” já está em estudo, porque, segundo cálculos mirabolantes, a força da gravidade em cima de uma barriga gera desgaste no asfalto.

Mas a melhor parte é a estratégia genial para “gerir os fluxos migratórios”. Tradução? Sul-africanos podem entrar à vontade, enquanto moçambicanos terão que passar por um curso intensivo de paciência e resistência psicológica antes de serem autorizados a cruzar a linha imaginária que separa os dois países.

Enquanto isso, nossos ilustres governantes continuam com suas barrigas avantajadas, engolindo mais impostos do que qualquer cidadão jamais conseguirá pagar. Investir em infraestrutura? Para quê? O importante é que o dinheiro flua – de preferência, direto para os bolsos deles.

Nos próximos dias, a fronteira de Moçambique e África do Sul não será apenas uma passagem. Será uma experiência única, uma verdadeira atração turística: “Venha conhecer o primeiro pedágio humano da África Austral! Aqui, o comércio não tem limites – só você é que terá!”

Se os outros enriqueceram, por que os novos não podem passar pelo mesmo caminho? A política é um espaço de enriquecimento, ao menos em Moçambique. 

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

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