Golpeando a própria sombra: a saga de Munanguagua e seu jogo de cadeiras militares

Emerson Munanguagua, o presidente do Zimbábue, acordou suando frio. Sonhou que estava sendo deposto e, no meio do pesadelo, ainda levara uma rasteira de um general anônimo. Decidido a não esperar que a ficção se tornasse realidade, convocou urgentemente seu Conselho de Crises Imaginárias.

— Quem está segurando as armas? — Perguntou, esfregando as mãos nervosamente.

Os assessores se entreolharam. Um deles, que ainda não tinha aprendido que certas perguntas não precisam de resposta, arriscou:

— Ora, presidente, os militares, claro!

Munanguagua arregalou os olhos. Era isso! A solução estava ali, óbvia como uma zebra no meio da savana: se as armas estavam com os militares, bastava trocar os militares até que nenhum deles soubesse como usá-las direito.

E assim, sem mais delongas, nomeou um novo chefe do exército. O general anterior, que soube da exoneração pelo digital, não se abalou:

— Já esperava. O presidente troca de chefe do exército mais rápido do que troca de discurso. E olha que ele nem discursa tanto assim!

A nomeação, no entanto, trouxe um novo problema: quem garante que o novo general não queira, ele mesmo, dar um golpe? A solução? Simples! Nomear outro chefe do exército antes que o recém-nomeado percebesse que tinha sido nomeado. A esse ritmo, o exército do Zimbábue estava se tornando um verdadeiro rodízio de generais, mais disputado que fila de buffet livre.

Enquanto isso, nas redes sociais, o povo se divertia:

— Daqui a pouco vão anunciar um concurso público para chefe do exército. Vaga temporária, claro!

O presidente, porém, permanecia sério. Dizia um velho ditado que quem confia na arma, dela morrerá. Então, para evitar riscos, Munanguagua decidiu que o melhor mesmo era se esconder das armas… e dos generais… e talvez até dos próprios ministros.

Dizem que, desde então, ninguém mais o viu pessoalmente. Há quem diga que ele governa por videoconferência. Outros juram que foi substituído por um holograma. O certo é que, enquanto houver generais para nomear, sempre haverá um Munanguagua para perder o sono.

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

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