As ondas de choque da conversa entre Chapo e Mondlane em Nampula

O jornal Redactor foi à rua para auscultar o ponto de vista de alguns dos residentes da província de Nampula, por sinal o maior círculo eleitoral de Moçambique, sobre o que acham da conversa mantida este domingo (23 de Março de 2025), entre o chefe de Estado, Daniel Chapo e o segundo homem mais votado nas eleições de Outubro de 2024, Venâncio Mondlane.

De um modo geral, a reacção dos entrevistados é de satisfação e alívio, apesar de expressarem algum cepticismo por ignorar o conteúdo da conversa entre os dois homens, decorrida à porta-fechada no Centro Internacional de Conferência Joaquim Chissano, em Maputo.

Aloísio Mugema, Jurista residente na cidade de Nampula, disse que o encontro é bem-vindo, apesar de ter ocorrido tardiamente, e acrescenta que presentemente, o que os moçambicanos querem é a reposição da estabilidade no país.

“Este encontro na minha óptica, é positivo, até porque o povo anseia a pacificação do próprio país. Por outro lado, este encontro acontece num momento oportuno, uma vez que o nosso Moçambique caminha por situações nefastas caracterizado por violência e por um lado, por destruições de infraestruturas, mortes, o que de certa forma tem gerado consequências negativas. Daí que é bem-vindo, esperamos que no mínimo possa resolver questões que assolam esta Nação”, disse o jurista (na foto de destaque). 

Num outro desenvolvimento, o nosso entrevistado, avançou que questões de gênero não são resolvidas de noite para o dia e é preciso valorizar os esforços em curso para o efeito, sobretudo valorizando a todos actores envolvidos neste processo e que fizeram com tal fosse possível.

“Os partidos políticos que assinaram os acordos, devem pensar muito bem antes de qualquer passo por avançar, para que o país caminhe bem, vale um acordo mal feito que, uma boa demanda, falo isso porque temos Moçambicanos que estão a morrer nestas manifestações, há pessoas que não têm acesso à saúde, ao transporte, ao trabalho, entre outras questões, isso tudo precisa de um pensar emotivo, positivo para que haja mudança e perseguir tudo que almejamos”, opinou, por seu turno, o nacional Aloísio Mugema.

Julieta Poma, outra entrevistada que falou ao Redactor lamentou o facto do encontro ocorrer “tardiamente”.

“Peca por ser tardio, depois de várias matanças e destruição de infraestruturas públicas e privadas”, lamentou, acrescentando que espera que tal cenário passe para história e que o diálogo mantido entre as partes seja sincero e verdadeiro e que não seja daqueles casos de mais encontros entre políticos.

“Não era necessário esperar pelo registo de várias mortes e destruições para haver este encontro, a partir das eleições autárquicas este problema já devia ser ultrapassado para todos estarmos em paz. Percebemos nós que vivemos de mentiras neste país, nossos dirigentes são mentirosos, no passado até então, houveram vários acordos que não se fazem sentir, e este abraços que hoje estamos a assistir nas televisões, entre Chapo e Venâncio, que termine com boas ações para o bem-estar deste país”, pediu Julieta Poma residente na cidade de Nampula. 

Salimo Ismail, também residente da cidade de Nampula, diz que o povo precisa saber o que foi discutido no diálogo, para que estes tomem uma posição, ou cessem as manifestações.

“Pedimos que digam ao povo Moçambicano o que foi discutido neste encontro, nós é que temos saído à rua para manifestar em reivindicação das várias questões que se reflectem de forma negativa na vida dos moçambicanos, daí que temos direito a explicações para evitar questões de especulações ou mesmo conclusões precipitados”, suplicou Salimo Ismail.

ELINA ECIATE, em Nampula

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