Meia dezena da “naparamas” aniquilados em combate
Pelo menos cinco supostos “naparamas” – indivíduos que acreditam serem imunes ao fogo das balas – foram aniquilados na passada quinta-feira (17 de Abril de 2025), num confronto com elementos das Forças de Defesa e Segurança (FDS) no posto administrativo de Mutuali, distrito de Malema em Nampula.
A informação foi confirmada este sábado por uma fonte oficial da Polícia da República de Moçambique (PRM), numa conferência de imprensa convocada expressamente para o efeito.
De acordo com a porta-voz da PRM em Nampula, Rosa Chaúque, um grupo não quantificado de “naparamas” tentou, sem sucesso, invadir um acampamento das Forças de Defesa de Segurança (FDS), tendo sido repelidos com tiros, o que resultou na morte de pelo menos cinco deles.
“Os indivíduos se fizerem àquele ponto munidos de instrumentos contundentes do tipo catanas, marretas e foi possível o registo de alguma baixa num número de cinco por parte destes indivíduos e alguns feridos que não podemos cá especificar porque se encontram em parte incerta”, precisou a graduada da PRM.
Chaúque disse que na mesma intervenção foi possível a detenção de seis supostos integrantes do grupo de “naparamas”.
A fonte garantiu ainda que na refrega não houve registo de baixas nas fileiras das FDS.
A oficial da PRM aproveitou a oportunidade para apelar às comunidades a se distanciarem de grupos que visam criar desordem nas comunidades.
Os “naparamas” surgiram nos meados da década de 80 do Século passado no contexto da guerra civil [entre 1976 e 1992] opondo guerrilheiros da RENAMO e tropas do Governo de Moçambique. Na sua actuação privilegiam conhecimentos tradicionais e tem como imagem de marca laços vermelhos enrolados em redor da cabe a parte do corpo, combatendo com lanças, flechas e arcos.
Muitos influentes na Zambézia, Centro de Moçambique e Nampula (Norte), durante a guerra civil serviram de certa forma organizados para ajudar as tropas do Governo a combater a guerrilha da RENAMO, mas hoje se transformaram numa tremenda “dor de cabeça” para o regime.
ELINA ECIATE, em Nampula (texto) e AIM (foto)
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