Refugiados de Maratane
Refugiados de Maratane Cidadãos estrangeiros na condição de refugiados, vivendo no centro de Maratane em Nampula, enfrentam enormes problemas alimentares alegadamente devido ao atraso na distribuição de comida por parte das entidades de caridade.
Segundo soube o Correio da manhã, os cerca de 10 mil refugiados ali estabelecidos, maioritariamente provenientes da região dos Grandes Lagos de África, nomeadamente, Congo, Burundi, Ruanda, Angola e Somália, chegam a permanecer dois a três meses sem receber qualquer ajuda alimentar.
Os nossos entrevistados descrevem o cenário como “preocupante”, quadro agravado pela prevalência da actual pandemia da COVID-19.
Darauf Kibanga, cidadão congolês de 49 de idade e residente naquele centro de acolhimento há mais de 10 anos, precisou que, desde a sua chegada em meados de 2010, nunca tinham visto situação igual em termos de falta de alimentos, daí que, pede a quem de direito a inverter a página quanto cedo.
“Esta pandemia, veio agravar a nossa condição, pois, vínhamos tendo algumas restrições na recepção de comida. Agora piorou. Aproveito esta ocasião, para pedir ao governo e seus parceiros de modo a nos ajudar como vinha sendo”, implorou.
De acordo com aquele refugiado, as restrições na recepção de comida têm agravado o sentimento de desespero entre os ocupantes daquele que é o maior centro de refugiados de Moçambique.
Outro refugiado, o burundês Mayut Kizer relatou que para além da falta de comida, há escassez de medicamentos no centro de saúde local.
“Outro problema que nos amedronta está relacionado com a falta de medicamentos no nosso hospital. Por isso, pedimos a intervenção de todas as pessoas que incansavelmente nos tem dado ajuda”, lamentou a fonte.
Entretanto, Gabriel Seia, administrador do centro de refugiados de Maratane na província mais populosa do país, admite existir algumas restrições no que a distribuição de comida diz respeito, justificando que, situações semelhantes registam-se porque o Programa Mundial de Alimentação (PMA), tem se deparado com problemas de ordem financeira.
Gabriel Seia disse que, pese embora da ocorrência de algumas restrições, a vida dos refugiados naquele centro nunca parou, pois, existem outras actividades que garantem a sua sobrevivência.
“Eles (refugiados) já se beneficiam de tanto outros projectos. Temos até aqui, o projecto de agricultura e da criação de ovos. Esses dois projectos têm trazido impactos positivos na vida destes. Talvez que haja uma e outra situação, mais a comida nunca faltou”, frisou.
Num outro desenvolvimento, o governante afiançou que, os refugiados têm observado as medidas de prevenção para conter a propagação do novo coronavírus nesta região.
Porém, essas medidas foram fortificadas esta segunda-feira (15) por Munira Abduo, do Género, Criança e Acção Social, em representação do Secretário do Estado, Mety Gôndola, durante a distribuição de máscaras àqueles estrangeiros.
Na ocasião, Munira Abduo pediu a todos os cidadãos a unirem sinergias na luta contra a doença, pois qualquer desordem constituirá osso difícil de roer.
AIMAR MALEMA, CORRESPONDENTE EM NAMPULA