Refugiados económicos

Refugiados económicos – Um pouco por todo o mundo pessoas abandonam suas zonas de origem à procura de melhores condições de vida dentro ou fora de um determinado país.

No final da semana assisti a um documentário num canal televisivo internacional sobre a situação de refugiados económicos na Malásia, com homens e mulheres acorrentados pela Polícia.

O governo da Malásia defende que não há xenofobia contra refugiados da Indonésia, Paquistão e Bangladesh.

Segundo o documentário, a Malásia tem mais de 2.5 milhões de refugiados económicos que sustentam a indústria de construção civil e comércio informal e com o seu trabalho modernizaram o país nas últimas décadas.

Mas agora, o governo tenta descartar os emigrantes dizendo que entraram no país sem documentos legais. É a mesma justificação que o governo sul-africano tem usado em situações de violência de xenofobia.

O mundo fechou as portas na tentativa de prevenção de coronavírus. Entretanto, refugiados económicos são perseguidos.

Desde a descoberta de diamantes, ouro e reservas de carvão na África do Sul no século passado aumentou a migração de pessoas de várias partes do mundo.

Na década de 1900, foi criada WENELA, agência de recrutamento de mão-de-obra para a indústria mineira sul-africana.

O trabalho de exploração de minérios debaixo da terra era detestado por sul-africanos. Operadores aproveitaram emigrantes. A África do Sul desenvolveu-se e tornou-se potência. Hoje os emigrantes são descartados, perseguidos, atacados e assassinados. A perseguição é mais acentuada para população negra de origem africana.

Emigrantes económicos estão em pânico na África do Sul com a ameaça lançada semana passada pelo movimento cívico #Mzansi Patriotic Forces (https://www.correiodamanhamoz.com/mzansi-patriotic-forces/), dando prazo a todos os estrangeiros que vivem e trabalham na África do Sul para abandonarem o país.

O prazo expirou nesta terça-feira, pelo que doravante ninguém sabe o que vai acontecer. O movimento diz que “nós chamamos a todos os cidadãos sul-africanos para se levantarem e lutarem contra o fluxo anormal de estrangeiros ilegais no nosso país”.

A mensagem estampada num postal prossegue dizendo que “nós apelamos para o encerramento de todos os negócios deles (estrangeiros) nos nossos bairros.

Os nossos hospitais públicos e escolas estão superlotados e nossos bairros superpovoados. Apelamos para deportação em massa”.

Muitos sul-africanos têm manifestado intolerância crescente contra estrangeiros, alegando que são autores de crimes violentos, que incluem assassinatos e venda de drogas nas comunidades.

O governo sul-africano e o Movimento de Marikana condenaram a ameaça e incitamento a violência.

O Movimento Marikana deplora o uso de fotos dos mineiros que lideraram a grave mais longa no sector mineiro há sete anos.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 08 de Julho de 2020, na rubrica semanal O RANCO DO POBRE

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