Relações Moçambique
Relações Moçambique /Portugal – O novo embaixador de Portugal em Moçambique, António Costa Moura, iniciou funções formalmente nesta quarta-feira, referindo que as relações entre os dois países “não dependem do sabor dos ventos” e assenta em laços bilaterais fortes.
O diplomata entregou cartas credenciais ao chefe de Estado moçambicano, Filipe Jacinto Nyusi, no Palácio da Presidência, em Maputo.
Após o acto oficial, em que estava também presente a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo Ndlovo, Nyusi manteve uma conversa de alguns minutos à porta fechada com o novo embaixador.
“Foi uma conversa muito serena que traduziu os sentimentos recíprocos de mútuo e profundo respeito”, disse António Costa Moura no final do encontro.
“Uma relação que não depende do sabor dos ventos, da ocasião”, mas que está assente em ligações seculares “entre famílias”, ligações “de sangue, de profunda amizade e cooperação”, assinalou, numa breve declaração aos jornalistas à saída do Palácio da Presidência.
O diplomata de 58 anos de idade chega a Maputo depois de ter sido embaixador de Portugal na Finlândia.
No seu percurso, destaca-se o cargo de secretário de Estado da Justiça, que ocupou durante o Governo liderado por Pedro Passos Coelho entre 2011 e 2015.
Ingressou na carreira diplomática em 1991 e já passou por África quando desempenhou as funções de primeiro secretário da embaixada de Portugal em Angola, entre 1994 e 1997.
Em Maputo, substitui Maria Amélia Paiva, escolhida pelo Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, para o lugar de assessora diplomática em Belém.
O novo embaixador começa a trabalhar no ano em que os dois países têm com objectivo retomar as cimeiras bilaterais, que a pandemia de covid-19 inviabilizou em 2020, mas que deverá acontecer este ano, em Maputo.
António Costa Moura entregou cartas credenciais dois meses depois de o chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, ter estado em Maputo, em representação da União Europeia (UE), com a agenda preenchida pela crise humanitária e a ameaça terrorista em Cabo Delgado.
O tema continua na ordem do dia com Portugal a prever o envio de 60 militares como formadores de “forças especiais” para Moçambique, em abril, auxiliando o país africano no combate ao terrorismo.
No âmbito das relações entre os dois países, e além de apoiar organizações humanitárias, Portugal e a UE são parceiros em Cabo Delgado no programa +Emprego que pretende criar oportunidades de trabalho entre jovens e parcerias no sector do gás natural – promovendo o desenvolvimento, por oposição ao extremismo.
No Centro do país, cinco projectos financiados pelo Mecanismo de Reconstrução para Moçambique, accionado pelo Governo português, continuam no terreno a trabalhar na recuperação das zonas afectadas pelo ciclone Idai, que atingiu Moçambique há dois anos.
Actualmente está em vigor o Programa Estratégico de Cooperação entre Portugal e Moçambique 2017-2021, com um orçamento de 202,5 milhões de euros, cerca de metade do qual diz respeito a instrumentos financeiros de apoio ao setor privado, designadamente linhas de crédito, através do Fundo Empresarial de Cooperação Portuguesa e do Investimoz. (Relações Moçambique)
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