O pensamento da Renamo
A bancada parlamentar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição, afirmou hoje que as negociações de paz em Moçambique serão retomadas “com mais força ainda em Janeiro”, assinalando que “tudo falhou este ano”.
“Tudo, tudo falhou este ano, mas acreditamos que em Janeiro o diálogo será retomado com mais força ainda. Não é o fim do mundo. Teremos a paz. Trabalhemos para isso”, disse a chefe da bancada da Renamo, Ivone Soares, durante o discurso de encerramento do ano parlamentar.
Ivone Soares reafirmou que a solução para a violência militar que opõe as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e o braço armado da Renamo passa pela mesa das negociações e que não se deve apostar na eterna medição de forças tentando obter solução através de uma vitória militar.
“As negociações têm sofrido revezes e perturbações, como o assassínio bárbaro de um dos membros da delegação da Renamo, o saudoso colega, amigo e antigo deputado Jeremias Pondeca Munguambe, bem como de outros membros e quadros do partido”, acrescentou a chefe da bancada parlamentar da Renamo, aludindo à onda de assassínios de membros do partido, supostamente com motivações políticas.
Ivone Soares acusou o Governo moçambicano de afastar os mediadores internacionais do actual processo negocial para a paz no país, defendendo que os mesmos se envolveram no diálogo para ajudar o povo moçambicano.
“Os moçambicanos ficaram incrédulos e surpreendidos com o retrocesso manifestado pela delegação do Governo, reafirmado pelo primeiro-ministro e pelo Presidente da República, que passaram a exigir o afastamento dos mediadores internacionais no processo”, declarou.
Por seu turno, o chefe da bancada do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o terceiro partido moçambicano, Lutero Simango, defendeu a ampliação do processo negocial de paz a outros sectores da sociedade, considerando que o actual diálogo político não deve ser monopólio da Renamo e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
Redacção