Reservas Líquidas
Reservas Líquidas de Moçambique estão em cerca de USD 3.7 mil milhões, 20% acima comparando com o ano anterior, embora o volume de transações entre os bancos comerciais moçambicanos reduziu 94% no segundo trimestre de 2020, comparado com igual período do ano transacto.
Esta indicação é da responsabilidade do Absa Bank Moçambique e está reflectida no seu 4º Relatório Anual de Mercados Financeiros de África, remetido esta quinta-feira ao Redactor.
A mesma fonte indica igualmente que Moçambique passou da 14ª posição no índice global, para a 18ª e que a capitalização bolsista caiu ligeiramente para 3% do PIB e o volume de negócios na bolsa aumentou significativamente, subindo para 1,9% vindo de apenas 0,2%.
Patrícia Darsam, directora da Área de Mercados do Absa Bank Moçambique, é citada no mesmo estudo a afirmar que “o nível de reservas líquidas no país tem estado a crescer de forma encorajadora, o que vai permitir que Moçambique possa ser capaz de atender adequadamente a demanda de moeda estrangeira”.
“Este crescimento ajuda a atrair a confiança dos investidores estrangeiros, na medida em que quando vêm investir em países com elevado nível de endividamento como o nosso, há uma enorme possibilidade de repatriamento dos seus investimentos em caso de necessidade”, disse.
O estudo, que abrange 23 economias africanas, mais três que a edição de 2019, com a inclusão de Lesoto, Malawi e o Reino de e-Swatine, considerou seis pilares para o crescimento dos mercados financeiros, nomeadamente: Dimensão de mercados, acesso à moeda estrangeira, transparência de mercado, capacidade do investidor local, oportunidades macroeconómicas e a aplicabilidade dos acordos padrões dos mercados financeiros.
No que tange à dimensão do mercado, o país manteve-se na 11ª posição, com os mesmos 41 pontos, enquanto que na transparência do mercado caiu dois lugares, saindo da 15ª para 17ª, facto motivado pela falta de reformas na regulamentação fiscal.
Relativamente à capacidade dos investidores locais, Moçambique atingiu a sua pontuação mais baixa no estudo (20 pontos), apesar de ter evoluído da 14ª posição para a 13ª, em relação ao ano passado.
Patrícia Darsam, refere que o pilar de oportunidades macroeconómicas, embora tenha sofrido uma queda, tanto a nível de pontuação, como a nível de posição, apresentar-se-á, nos próximos anos, como o pilar que irá catapultar o mercado financeiro moçambicano, elevando-o para níveis jamais vistos, muito por conta do desenvolvimento da indústria extractiva.
“É um pilar bastante promissor, até porque com as grandes expectativas em torno dos projectos da exportação do Oil & Gas, que se avizinham, a evolução que Moçambique terá vai impulsionar a evolução do PIB per capita e o aumento da liquidez no mercado”, afirmou.
Quanto à aplicabilidade dos contratos internacionais, o estudo aponta a 10ª posição para Moçambique, muito impulsionada pelo quadro legal do país.
“Há muitos aspectos positivos que mostram evolução do mercado financeiro moçambicano, nomeadamente as oportunidades no mercado de acções e obrigações corporativas e de tesouro, o facto das reservas em moeda estrangeira têm vindo a crescer e o aumento na a inclusão financeira. No entanto, há áreas nas quais nos devemos focar para a melhoria da posição de Moçambique no índice”, concluiu, apontando para a necessidade crescer a capitalização bolsista em relação ao PIB e a revisão. (Reservas Líquidas de Moçambique)
Redactor