RSA: Caos nas universidades
As universidades públicas sul-africanas estão a viver momentos de caos, desordem e anarquia em nome da exigência do ensino superior gratuito para todos.
Um punhado de estudantes tem estado a destruir com fogo posto centros de estudo, bibliotecas e computadores, entre outros bens.
Os prejuízos preliminares ascendem a 600 milhões de randes (aproximadamente 3600milhões de meticais). Na Terça-feira da semana passada, cerca de oito mil estudantes juntaram-se defronte da Universidade de Witwatersrand para exigirem ensino superior gratuito na África do Sul.
Houve escaramuças com a Polícia e detenções. O cenário voltou a repetir-se hoje.
Há três dias houve votação na Wits sobre o prosseguimento do ano académico. Mais de 70 porcento dos estudantes votaram a favor da continuação das aulas.
No entanto, um punhado de suspeitos anarquistas bloqueou a decisão da maioria, exigindo zero-propinas.
No dia anterior, o Presidente Jacob Zuma e o Ministro do Ensino Superior tiveram reunião com vários actores para analisar o assunto. Todos condenaram a violência e defenderam a necessidade de ensino superior gratuito para as camadas mais pobres da sociedade. Mas os chamados anarquistas querem ensino gratuito para todos.
O partido dos Combatentes pela Liberdade Económica (EFF), do jovem JuliusMalema, apoia o movimento Fees Must Fall ou “Propinas Devem Cair” nas universidades públicas. O ano académico de 2016 nas mais de 25 instituições públicas do ensino superior está comprometido. Muitos estudantes vão ser prejudicados.
Há muitos estudantes estrangeiros, incluindo de Moçambique, que estudam nas universidades públicas sul-africanas. Não está claro se um ensino superior gratuito na África do Sul pode beneficiar estrangeiros que estão a ser prejudicados pelo estado de caos, desordem e anarquia actualmente em marcha no país vizinho.
Os parentes dos estudantes deploram a violência. Alguns dizem que mesmo durante a luta contra o regime do apartheid nenhuma escola ou universidade foi destruída. Consideram que a destruição de infra-estruturas do ensino mina a intenção de acesso à educação superior pelas novas gerações de sul-africanos.
A qualidade das universidades sul-africanas reconhecida a nível internacional está comprometida pelo rancor do pobre.
Autor: Thangani wa Tiyani