SADC clarifica passos a dar

SADC clarifica passos a dar – O Presidente moçambicano diz que a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) clarificou os passos a dar no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, adoptando medidas multifacetadas, tanto sociais como de reforço das forças moçambicanas.

“Saímos desta cimeira mais resolutos, fortalecidos e claros dos passos concretos que devemos dar para conter os ataques protagonizados por homens instrumentalizados por mandantes que vivem do crime organizado”, referiu nas notas de encerramento da cimeira de chefes de Estado realizada em Maputo.

O comunicado final da SADC não faz referência ao tipo de resposta a dar à violência em Cabo Delgado — anunciando uma nova cimeira extraordinária em Moçambique até 20 de Junho —, mas o Presidente da República adiantou algumas linhas de acção adoptadas.

“Adoptámos medidas visando eliminar pela raiz as acções terroristas através do reforço da capacidade operacional das Forças de Defesa e Segurança (FDS) no seu combate, [através da] segurança fronteiriça e eliminação de fontes de financiamento do terrorismo e reconstrução de infraestruturas destruídas”, disse, sem mais detalhes.

Segundo Nyusi, foi acordada igualmente “uma resposta abrangente e multifacetada ao fenómeno do terrorismo que martiriza a população de Cabo Delgado”.

Participante na Cimeira da Dupla Troika da SADC em Maputo
Participantes na Cimeira da Dupla Troika da SADC em Maputo

O chefe de Estado fez referência a “medidas para uma maior inclusão social, mais emprego, mais formação e educação, mais investimentos e prestação de assistência humanitária para normalizar a vida das populações afectadas”.

“Neste encontro, a SADC reafirmou o seu compromisso e o seu papel de líder regional para o combate ao terrorismo em Moçambique”, referiu, ao mesmo tempo que o governo terá “um papel crucial na condução de todas as acções” para erradicação do flagelo do terrorismo.

Nyusi disse ainda que o combate “não se faz fechando fronteiras de outros apoios bilaterais ou internacionais”, daí que a SADC “deve coordenar os processos e permitir que Moçambique receba apoios de todos”.

O comunicado final da SADC sobre a cimeira não esboçou respostas à situação em Cabo Delgado e anunciou o agendamento de uma cimeira extraordinária, “o mais tardar até 20 de Junho” em Moçambique.

No documento, lido pela secretária executiva da organização, Stergomena Tax, a organização reiterou a sua “solidariedade para com o governo e o povo” moçambicano.

Destacou ainda “os progressos registados na busca de uma solução duradoura para o terrorismo e para os atos de extremismo violento na província de Cabo Delgado e apreciou a proposta de resposta regional”.

O comunicado final da SADC diz ter sido analisado o relatório de uma missão técnica que visitou Cabo Delgado no mês passado e que, segundo foi divulgado na altura, propôs o envio de 2.916 militares e de meios bélicos para ajudar o país no combate aos rebeldes armados, mas esta quinta-feira nada foi dito sobre a matéria.

Já na abertura da cimeira, Nyusi tinha referido “ser importante que se faça maior investimento no reforço da segurança traduzido, entre outros, na formação e capacitação das FDS” e também em partilha de informação.

“Estamos certos de que os compromissos dos nossos países na adopção de um conjunto de medidas práticas e sustentáveis, que se traduzam com urgência em ações enérgicas, irão repelir os terroristas”, acrescentou.

Nyusi frisou depois que se pretendem “acções concretas” e “rapidamente”.

“Estamos cientes de que os apoios a serem postos à nossa disposição irão contribuir para a neutralização dos terroristas e perturbação das suas linhas de abastecimento e logística”, a par de acções de promoção do desenvolvimento.

O encontro desta quinta-feira juntou em Maputo cinco chefes de Estado da região (Moçambique, Botsuana, Maláui, África do Sul e Zimbabué) e um representante (Tanzânia).

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo terrorista Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano. (SADC clarifica passos a dar)

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