Samakuva embaraça
Samakuva, Isaías, actual presidente da União para a Independência Total de Angola (UNITA), desfez o mistério durante uma reunião da direcção do partido ao anunciar que vai mesmo recandidatar-se à liderança da organização, no XIII Congresso do partido, que se realiza entre os dias 13 e 15 de Novembro deste 2019.
Isaías Samakuva deu a conhecer a decisão durante a décima reunião ordinária do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA.
Ao que se sabe, na mesma altura Samakuva animou a todos aqueles que pretendem candidatar-se a não ficarem desanimados, muito menos constrangidos, devido à sua decisão de continuar na liderança, recordando que se trata de um direito de todos os militantes concorrer a qualquer cargo da organização.
A decisão agora anunciada pelo sucessor de Jonas Malheiro Savimbi pode embaçar alguns potenciais candidatos de formalizarem a intenção de liderar a UNITA.
Um dos nomes apontados nesta condição é o do actual presidente do grupo parlamentar do partido, Adalberto Costa Júnior, que, publicamente, afirmou que a sua candidatura estava dependente de Samakuva.
Mesmo um dos filhos do falecido fundador da UNITA, Rafael Massanga Savimbi, manifestava, em certos ambientes, desejo de se candidatar ao cadeirão que um dia foi ocupado pelo seu progenitor.
O Correio da manhã escreveu no princípio deste mês, Adalberto Costa Júnior disse que só avançaria caso o actual presidente cumpra com a palavra dada há já algum tempo: “não concorrer a mais um mandato” de quatro anos.
Aliás, esta afirmação foi igualmente feita por Samakuva nas vésperas e um pouco depois das eleições presidenciais e legislativas de Angola de 2017.
Entretanto, esta segunda-feira Isaías Samakuva, que se encontra na liderança da UNITA desde 2003, depois da morte do presidente fundador, deu o dito por não dito, ao anunciar a intenção de voltar a concorrer para mais um mandato de quatro anos, embora ainda não de forma oficial.
Quem sempre deixou claro que estava a se preparar para tentar presidir à UNITA é o general Abílio Kamalata Numa, que deu a conhecer a intenção em Janeiro deste 2019.
São poucos os que foram surpreendidos com o anúncio de Samakuva feito esta segunda-feira porque, não querendo, de facto, permanecer na liderança do partido, o teria anunciado de forma inequívoca há bastante tempo, combinado com atitudes.
Redacção