Samia Hassan: Cabo Delgado

Samia Hassan – A presidente da República Unida da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, comentou que “a paz já foi restaurada” nas zonas tanzanianas que fazem fronteira com Moçambique, depois de ter sido invadidas por centenas de activistas armados extremamente violentos, presumivelmente ligados ao Daesh/ISIS.

A estadista tanzaniana referiu de forma repetida que “os militantes da província de Cabo Delgado, de Moçambique, que têm causado estragos nas aldeias do Sul de Mtwara [Sul da Tanzânia], foram neutralizados”.

Esta foi a primeira vez que Samia Suluhu Hassan falou publicamente sobre a ameaça representada por grupos terroristas armados que terão entrado em território tanzaniano oriundos de Moçambique.

A estadista afirmou ainda que operações militares prosseguem no Sul da Tanzânia visando repelir definitivamente os atacantes extremamente violentos.

Trajado de uniforme militar e dirigindo-se aos comandantes das forças armadas tanzanianas na base militar de Lugalo, em Dar-es-Salam, Samia Suluhu Hassan disse: “nos últimos meses, a paz e a segurança nas nossas fronteiras, especialmente no Sul do país, foram ameaçadas por um grupo terrorista da Província de Cabo Delgado em Moçambique. Este grupo tem tentado realizar ataques em nossas aldeias de Mtwara, causando mortes, feridos e destruição de propriedades. Mas nossas forças especiais posicionadas ao longo da fronteira ajudaram a fortalecer a segurança e restaurar a tranquilidade na região conturbada”.

Depois de proferir este discurso, a Presidência da República da Tanzânia emitiu um comunicado no qual Samia Suluhu Hassan é citada a exortar os principais comandantes militares a incluírem o terrorismo em sua agenda.

Em meios policiais tanzanianos consta que mais de 300 terroristas, fortemente armados, que se acredita serem afiliados ao grupo Daesh/ISIS, invadiram o vilarejo de Kitaya, na margem do rio Rovuma em Outubro de 2020, arrasando casas e matando pessoas.

Presume-se que estes grupos armados violentos entraram furtivamente no país por mar para desencadear ataques depois de cruzar o rio Rovuma, na fronteira entre a Tanzânia e Moçambique.

Muito recentemente a polícia tanzaniana referiu que um grupo armado havia assumido a responsabilidade pelo ataque que supostamente matou mais de 20 pessoas, incluindo funcionários do Estado.

Depois de detectada a movimentação desses homens as forças armadas tanzanianas desdobraram tropas na região que expulsaram os terroristas e reestabeleceram a lei e ordem.

Apesar de sua reputação de nação pacífica, a Tanzânia, um país vizinho de Moçambique, situado na África Oriental, enfrentou crescentes ameaças de terrorismo na sua região Sul, igualmente rica em gás.

A província de Cabo Delgado, limítrofe com Tanzânia, Norte de Moçambique, também rica em gás natural, é, desde Outubro de 2017, aterrorizada por bandidos armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde Julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), incluindo tanzanianas, permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde Agosto de 2020.

Redactor

Este artigo intitulado foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 17 de Agosto de 2021.

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