SAMIM prolongada

SAMIM  – O Presidente moçambicano disse que o prolongamento da missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) no Norte de Moçambique visa esclarecer a situação no terreno e consolidar os avanços sobre os insurgentes.

“A decisão de hoje [terca-feira] de prolongarmos o período de estadia da tropa da SADC visa simplesmente esclarecer” a situação, referiu.

“As posições foram ocupadas, precisamos de esclarecer, fazer a limpeza total e depois consolidar”, descreveu, numa alusão à necessidade de clarificar se há grupos insurgentes à solta e, nesse caso, detê-los.

O chefe de Estado falava no final de uma Cimeira Extraordinária da Troika do Órgão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral mais a República de Moçambique, presidida pelo Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, realizada em Pretória, capital da África do Sul.

“Depois vai seguir-se a fase da construção”, rematou, sem mais detalhes.

Segundo Nyusi, a avaliação da Missão da SADC em Moçambique (SAMIM, sigla inglesa) feita na reunião de hoje “foi positiva”.

“Estamos satisfeitos e agradecemos durante a sessão o apoio dos países da SADC e a esperança que estão a dar ao povo moçambicano. A situação melhorou significativamente em Moçambique” graças à ação militar, “juntamente com tropas de outros países que nos estão a apoiar”, disse.

Entre estes, inclui-se o Ruanda, que tem também tropas em combate no país.

A SAMIM chegou ao terreno em 09 de Agosto para “combater atos de terrorismo e extremismo violento na Região Norte da Província de Cabo Delgado” com um mandato inicial que ia até 15 de Outubro de 2021.

O Presidente do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, referiu também no final da cimeira que a extensão da missão militar conjunta da SADC em Cabo Delgado visa “consolidar a estabilidade da segurança, criar um ambiente propício para o reassentamento das populações, e facilitar as operações de assistência humanitária e o desenvolvimento sustentado”.

“A Cimeira instou os Estados membros, em articulação com as agências humanitárias, a continuarem a ajuda às populações afetadas pelos ataques terroristas, incluindo os deslocados internos”, adiantou.

Desde Julho, a ofensiva das tropas governamentais com apoio externo permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas de Cabo Delgado onde havia rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.

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