Se a vergonha matasse
Todos aqueles que nasceram no berço da educação sabem que a vergonha ou sentir vergonha é sinónimo de boa educação. Lá nas terras dos macuas, depois dos ritos de iniciação, o indivíduo tinha de mostrar vergonha, respeitar o quarto dos pais e saber saudar as pessoas sem distinção.
O pudor é para pessoas educadas, a lealdade é para pessoas virtuosas. Pessoas que vivem na mentira, no ódio e na vingança são frívolas e podem fazer tudo. Se tiverem de matar a alguém, elas não pensam duas vezes, desde que o poder seja alcançado.
Vimos isso há dias, bandidos mascarados de “gente” assaltando o poder, matando o povo, sequestrando os sonhos de muitas pessoas, esquartejando as vontades de milhares de pessoas, esses são bandidos, o seu lugar é na prisão ou no inferno.
São traidores e sem pudor. Causaram indignação popular, feriram pessoas, internaram sonhos de muitos jovens, reanimaram sem sucesso expectativas de milhares de moçambicanos. A única coisa que sabem fazer e muito bem é espalhar a hostilidade, o ódio, a violência, a cooptação política, a arrogância, a prepotência, elas, mais uma vez, são ardilosas. A elas devemos gritar quando as virmos nas ruas “bandidos, bandidos, vândalos, impiedosos…” são “gente” sem coração.
Essas estufas não podem ser deixadas estufar o estômago de milhares de moçambicanos. Cada geração tem a sua agenda de luta. A nossa geração deve lutar para exterminar o opressor, estacionar os corruptos, arrumar os arrogantes, cortar o cordão umbilical dos assassinos, escangalhar os ladrões e ferir violentamente os comerciantes do desenvolvimento deste país.
Não se constrói um país com vagabundos, preguiçosos e mentirosos. Não se faz uma nação com míopes políticos. O país é nosso, por isso, lutemos por ele e deixemos o partido deles. Se o povo continuar a olhar com olhos de massagem, terá a resposta grossa e irreversível. Terá a resposta que causará trombose ou Filariose Linfática mental. O que cada um pode fazer?
Seja revolucionário na sua cidade, no seu posto de trabalho, no seu bairro, na sua localidade, você é um agente transformador. E saiba que todo aquele que se alia ao opressor é um abutre, um verme e mesmo que morra, a terra o rejeitará. Tentar parar um povo é a pior decisão que um líder pode fomentar. O povo é uma tempestade e só é parado pela vontade de Deus. Devemos, sim, orar, mas nunca deixar o opressor passeando a sua classe. Não há via certa para se fazer uma revolução, mas também podemos adoptar o seguinte: Desobediência civil nas autarquias reclamadas como ganhas. Ex. Os “chapeiros” não obedecerem às fiscalizações da Polícia da Republica de Moçambique e da Polícia Municipal. Ninguém obedece a ordens da Polícia de Trânsito na estrada. Nenhum vendedor paga imposto ou senha nos mercados, nenhum jornalista deve fazer cobertura de eventos da Frelimo, nenhum cidadão deve ir ao trabalho por uma semana, ou seja, ninguém deve ir trabalhar.
Meus irmãos, hoje vocês podem celebrar com os vampiros, daqui a duas horas, eles não os conhecerão mais, vocês serão como meias furadas e se lamentarão e se ousarem falar, serão alvo a abater. Vocês apenas são legitimadores da vergonha ostentada nesses dias. E só espero que nos unamos como nunca. A atitude que nos fora mostrado é sinal de que nas próximas horas nossas irmãs, esposas, mães, namoradas, noivas, serão violadas nós a vermos e não poderemos dizer nada.
Virão nas nossas casas e nos matarão ao vivo em full HD. Será que estamos à espera desse momento para agirmos? Para nos humilhar, cortarão todos os benefícios que tínhamos? Já assaltaram o Estado, o que falta para exterminar um povo? As tantas o país foi vendido e nós não estamos sabendo de nada.
Se a vergonha matasse, aqueles gurus estariam neste momento sendo velados e uns enterrados e alguns cremados.
A vida se está cara agora, imagina daqui a alguns anos. Você é o propulsor do seu destino, ou empresta ou lute por ele. Se os moçambicanos não lutarem pelo seu país, ou a politiquice mata os moçambicanos ou os moçambicanos devem exterminar a politiquice.
* jovem nampulense a estudar no Brasil
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 17 de Outubro de 2023, na rubrica de opinião.
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