Se entreguem às FDS!
Se entreguem às FDS – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apelou hoje aos moçambicanos que integraram grupos rebeldes em Cabo Delgado, para que deixem de fugir e se entreguem às Forças de Defesa e Segurança (FDS).
“Queríamos convidar para, sozinhos, não esperarem a morte por perseguição, não é essa intenção das FDS: de uma forma ordeira, entreguem-se, para não serem atingidos inocentemente, porque não têm para onde ir”, referiu.
Nyusi falava num discurso durante as cerimónias do Dia da Paz, que hoje se assinala em Moçambique, feriado alusivo à assinatura do Acordo Geral de Paz, em 1992, entre o governo do partido Frelimo e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).
Em Cabo Delgado (Norte de Moçambique), uns foram recrutados, outros aderiram voluntariamente a grupos insurgentes, que agora parecem estar em debandada devido a uma ofensiva militar conjunta.
“Saíram de uma aldeia destruída, já têm medo ou pena de voltar para lá e estão a correr de um lado para outro a ser perseguidos infinitamente”, disse Nyusi, face a operações militares com o apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que estão desde Julho a recuperar terreno aos insurgentes.
“Viu-se isso antes de ontem”, sábado, disse Nyusi, dando o exemplo de proteção à população durante um incidente com rebeldes.
Segundo descreveu, foi uma “tentativa que pregou susto à população de Namitile onde o inimigo fez tiros para o ar para tentar recuperar algumas senhoras do Niassa”, província vizinha.
“Essas senhoras estão connosco, vamos protegê-las e não podem ser resgatadas pelo inimigo”, disse.
Filipe Nyusi disse que, em Cabo Delgado, “os combates estão a acontecer” e fazem com “o inimigo não encontre um espaço permanente”, depois da “destruição da base Mbau, Siri 1, Siri 2 e outras bases” onde o “inimigo se escondia”.
“Temos a certeza que há dirigentes ou líderes dessas forças que estão a fugir, até para fora do país”, acrescentou.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas. (Se entreguem às FDS)
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