Se governar é isto, também
Se governar é isto, também posso – Tempos houve em Moçambique em que ser membro do Governo, seja a que escalão fosse, era quase sinónimo de responsabilidade e respeitabilidade, no verdadeiro sentido da palavra, e sem coação alguma para tal.
Hoje por hoje, responsabilidade é quase nula porque a responsabilização está na mesma proporção. Respeitabilidade, só com imposição, porque muitos, não merecem, daí as condições em que se movimentam pelas rodovias: às correrias e sob excessivas medidas de proteção.
Para muitos, governar é simplesmente dar ordens e aparecer, seja a que pretexto for.
Para muitos dos nossos (des)governantes, o exercício do poder, suportado por exibicionismo de aparato securitário, não é mais que efectuar visitas aqui e acolá, fazer as famosas selfies, dançar, extorquir populares como se de oferendas voluntárias se tratassem, rodear-se por operadores de câmeras e supostos jornalistas, que na verdade não passam de meros “pés-de-microfone”, mandar emitir comunicados e, como hoje está na moda, usar as redes sociais para difundir mensagens, geralmente ocas.
Alguns vão mesmo ao extremo de, tendo calcorreado o território sob sua jurisdição, não se inibem de “dar um pulo” para divisão geográfica vizinha, sob qualquer pretexto, desde que tal sirva para uma aparição mediática e encaixar mais umas ma$$as, em jeito de pocket money, que, aliás, é o que mais interessa.
Para uns, um nascimento de uma criança ou uma tragédia qualquer é motivo de aproveitamento mediático, com “presentes” para o recém-nascido e respectiva progenitora, ataviado à preceito da ocasião, a colete reflector, capacete ou botas, porque o mais importante é aparecer, aparentemente fazendo algo.
Alguns confundem governar com o vociferar, carrancudos, não importa para que extracto etário for, como se eles fossem donos de todo o saber, dirigindo-se para um bando de mentecpatos. Se governar é isto, também posso, bastando, para tal, fazer-me de cara de pau.
Felizmente, ainda encontramos excepções, como são os exemplos do gestor da capital do planalto central do país (eleito) e do teatro operacional do Gwaza Muthini (indicado), casos para evidenciar que não precisamos de transpor fronteiras para encontrar empenho e excelência.
Urge adoptar novos modelos de governação, começando por eleger/colocar pessoas certas para cada lugar.
A MINTHIRU IVULA VULA KUTLHULA MARITO! Os actos valem mais que as palavras!
Digo/escrevo isto porque que ainda creio que, como em anteriores desafios, África em geral e Moçambique em particular, triunfarão e permanecerão, eternamente.
REFINALDO CHILENGUE
Este artigo intitulado “Se governar é isto, também posso” foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 14 de Janeiro de 2022, na rubrica de opinião denominado TIKU 15
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