Sejamos mais vigilantes!

Seja vigilante e denuncie casos de tráfico de pessoas!

Eu estava a reflectir acerca do tráfico de pessoas, cuja data comemorativa se assinalou recentemente.

Sabemos todos que assuntos relacionados com o tráfico de pessoas já têm “barba branca”. Vários moçambicanos já foram vítimas dessa barbaridade, aliada a promessas de uma vida melhor num outro país.

A maioria das vítimas são mulheres e crianças, muitas das quais, após o tráfico, são brutalmente violentadas e envolvidas em trabalhos forçados, exploração, abuso sexual, entre outros crimes bárbaros. O pior é que geralmente são forçadas a trabalharem sem remuneração e observação dos seus direitos, ameaçadas diariamente de morte se tentarem fugir ou denunciarem à polícia.

Vários motivos levam os traficantes a cometerem esse tipo de barbaridade, mas o centro de tudo é riqueza fácil. É pelo dinheiro fácil que se vê o quão o homem pode ser cruel, pois assistimos diariamente casos de pais, mães, filhos, irmãos ou um outro parente que se envolvem na venda ilícita de um parente.

Recentemente, por causa da cor da sua pele, as pessoas com albinismo eram submetidas a um martírio diário, devido a falsas promessas de enriquecimento fácil, com o uso de partes do corpo de pessoas com essa pigmentação de pele para fins obscuros, obrigando-lhes a esconderem-se de tudo e todos, e sem paz viviam porque não sabiam em quem podiam.

Actualmente, assistimos a casos de pessoas partilhando nas redes sociais fotos de familiares, amigos ou conhecidos desaparecidos. E a única resposta para o desaparecimento é que o fulano saiu e disse que ia para um lugar determinado, mas não mais voltou, ou subiu um carro de um estranho e desapareceu. Geralmente não se sabe como terminaram os casos, isto é, se as vítimas voltam ao seio familiar ou não.

No entanto, é difícil combater esse crime no país, porque há polícias, cujo dever é colocar-se na linha da frente no seu combate, que, não se entende por que, se aliam a essas organizações que traficam pessoas.

Dados revelam que o tráfico de pessoas não recebe atenção desejada por parte da lei, porque, de acordo com o Relatório de Tráfico de Pessoas em Moçambique, o governo não identificou de forma proactiva as vítimas de tráfico e não finalizou o projecto do mecanismo nacional de orientação, o que limitou o acesso das vítimas aos serviços de protecção e deixou as potenciais vítimas sem serem identificadas.

Por outro, não finalizou os regulamentos de implementação e, como resultado, não operacionalizou as disposições de protecção no âmbito da lei anti-tráfico de 2008. Por sua vez, observou-se que o número de desaparecidos tende a elevar-se comparado com os casos em julgamento no tribunal.

Diante destes factos, só nos resta sermos mais um pouco atentos aos detalhes, desde as promessas feitas de uma vida melhor num país vizinho, boleias de desconhecidos, entre outros.

Lembro-me que, certa vez, um colega meu apareceu na escola com alguns ferimentos no corpo, o que estranhámos, por isso questionámo-lo o que teria acontecido. Contou-nos que, ao voltar de um certo lugar, quase de madrugada, apareceu-lhe uma suposta boleia dizendo que ia para o mesmo lugar onde vivia, Magoanine, por exemplo. Ao constatar que havia pessoas dentro do carro, sentiu-se  seguro, por isso entrou. No entanto, percebeu que havia algo estranho através da conversa e o comportamento dos que já lá estavam, por isso concluiu que todos no carro faziam parte de um grupo de sequestradores. Imediatamente, pediu para descer. Porém, os quatro ocupantes da viatura impediram-no de sair. Sem opções, teve de lutar com o carro em movimento. Só assim conseguiu escapar. Como era uma zona que conhecia, foi fácil para ele escapar pelos becos mesmo após a perseguição.

Com esse pequeno detalhe pretende-se chamar a atenção de cada um para não se deixar levar por qualquer pessoa e não confiar demais, porque até mesmo a sombra quando estiver na escuridão abandona-te.

NOÉMIA MENDES

Este artigo foi intitulado foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 02 de Agosto de 2023, na rubrica de opinião denominado OPINIÃO.

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