Sindicalismo aguerrido

Sindicalismo aguerrido – A África do Sul é conhecida na região da África Austral como sendo um país com sindicalismo muito aguerrido que até certo ponto prejudica a economia mais industrializada no continente africano.

O país registava pelo menos 10 greves por dia algumas das quais laborais organizadas e lideradas por sindicatos.

Um dos sindicatos dos mineiros liderou há oito anos uma greve na cintura de platina em Rustenburg, província de North West.

Os mais de 70 mil mineiros mobilizados pela AMCU – Associação dos Trabalhadores das Minas e da União dos Trabalhadores de Construção – exigiam aumento salarial de cinco mil randes, cerca de 20 mil meticais por mês para 12 mil randes/mês, cerca de 48 mil meticais. Foi a greve mais longa registada na indústria mineira sul-africana desde 1946. A companhia mineira Lonmin perdeu 40 por cento de produção de platina. Outras companhias afectadas foram Impala e Anglo-american.

O patronato e os líderes da AMCU chegaram a um acordo de reajustamento salarial paulatino até se chegar a 12 mil randes. Entretanto, a Lonmin vendeu as suas acções e houve grande sangria da mão-de-obra – muitos trabalhadores perderam postos emprego.

Enquanto escrevia esta crónica recebi um vídeo mostrando dezenas de trabalhadores aglomerados num descampado em Carletonville, região ocidental da cidade de Joanesburgo. Os mineiros estão em greve exigem aumento salarial mínimo de 1000 randes, cerca de 4.100 MT por mês. Juram que não vão descer ao subsolo sem os 1000 randes de reajustamento salarial cada. Mais uma vez a greve é liderada pela AMCU, sindicato independente formado por dissidentes da União Nacional dos Mineiros – NUM.  

A COSATU – maior Confederação dos Sindicatos dos Trabalhadores é parceiro do governo do ANC e tem seus representantes no governo assumindo cargos de ministros ou vice-ministros.

Mas quando se trata de defender ou reivindicar salários considerados justos a aliança entre as duas partes fica de lado.

Estudiosos de Economia dizem que salários elevados em economia fraca eliminam a participação de pequenas empresas no mercado, porque estas não têm condições financeiras de pagar salários de ouro aos seus trabalhadores.

Entretanto, Moçambique e Angola estão noutro extremo.

O sindicalismo nos dois países é relativamente fraco e quase inexistente. O governo tem total controlo sobre os sindicatos.

Qualquer tentativa de reivindicação de salários considerados justos é reprimida violentamente.

Aconteceu recentemente na grave dos trabalhadores de açucareira de Xinavane, província de Maputo.

Trabalhadores que ousaram desafiar a ordem estão a ver o sol aos quadradinhos, acusados de terem enveredado pela violência.

Com ou sem violência, o certo é que o Governo, através da Polícia, não tolera qualquer manifestação de reivindicação. (Sindicalismo aguerrido)

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi intitulado “Sindicalismo aguerrido prejudica economia”, foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 16 de Março de 2022, na rubrica de opinião denominado O RANCOR DO POBRE

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