Sul-africanos desconhecem

Sul-africanos – As relações entre moçambicanos e sul-africanos são milenares, mas os vizinhos desconhecem Moçambique…

Em diversos debates e ou intervenções na comunicação social sobre assuntos relacionados com Moçambique, ouvintes ou telespectadores sul-africanos dizem coisas erradas sobre Moçambique.

Um dia ouvi-lhes a dizer na rádio SAFM que nos estabelecimentos prisionais moçambicanos não se prepara refeições para reclusos. A alimentação é fornecida por familiares de reclusos. Há duas semanas, um sul-africano que visita regularmente Moçambique, particularmente a cidade de Maputo, deu informação errada a seus compatriotas curiosos que estavam a caminho de Moçambique. Disse que em Moçambique não havia carros da Polícia com assentos para detidos.

Segundo ele, os detidos são transportados como sacos de carvão e pisados por agentes da Polícia para se manterem deitados ao longo de percurso.

Os passageiros que ouviam a conversa no autocarro tentaram desmenti-lo, mas o homem, por sinal motorista de autocarro de transporte de passageiros, insistia dizendo asneiras que em Moçambique os direitos dos cidadãos são mais limitados em relação a África do Sul.

É verdade que a Polícia moçambicana não tolera manifestações de protesto. Usa balas reais nas suas intervenções contra manifestantes. Na África do Sul, onde ocorre pelo menos 10 manifestações de protesto em média por dia, a Polícia usa gás lacrimogénio, balas de borracha, canhões de água e outros meios relativamente suaves para conter grupos de populares revoltados.

Um dia estava a tomar uma refeição num restaurante em Pretória. O servente, por sinal jovem, perguntou de onde eu vinha, porque insistia em falar com ele em língua inglesa. Respondi-lhe que era moçambicano residente na África do Sul há mais de 20 anos.

O jovem servente disse que desconhecia Moçambique e muito menos Maputo a capital do país.

Perguntou se em Maputo havia edifícios como os que existem em Pretória, tendo lhe respondido afirmativamente, mas mostrou-se duvidoso.

Há cerca de um mês, uma senhora “de idade” trabalhadora numa guest house – casa de hóspedes em Joanesburgo, perguntou-me qual era o problema das praias moçambicanas, porque quase sempre tem ouvido notícias de mortes de sul-africanos em praias moçambicanas.

A notícia mais recente fora a da morte de um jornalista do canal privado eNCA numa praia perto de Maputo.

Diplomatas moçambicanos em serviço nos consulados e embaixada de Moçambique têm missão de promover a imagem do país, mas tudo indica que pouco ou nada fazem, pois sul-africanos, mesmo aqui ao lado, desconhecem Moçambique.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 20 de Novembro de 2019, na rubrica semanal O RANCOR DO POBRE

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