Sul-africanos em Palma
Sul-africanos em Palma – Um grupo de “técnicos” sul-africanos encontra-se em Cabo Delgado a fim de avaliar o tipo de apoio que a África do Sul poderá providenciar a Moçambique para enfrentar com sucesso os brutais grupos armados que há pouco mais de três anos e meio atacam aquela região nortenha do território moçambicano.
A informação foi revelada esta terça-feira em Luanda pelo embaixador sul-africano em Angola, Oupa Monareng, na sede do Movimento Popular para Libertação de Angola (MPLA), partido que governa aquele país africano falante do Português desde Novembro de 1975, ano em que este território se tornou independente de Portugal.
Oupa Monareng não especificou a especialidade dos “técnicos” sul-africanos actualmente em Cabo Delgado, nem preciso quando começaram as suas pesquisas, a sua duração e contexto – se a título bilateral (Moçambique/África do Sul) ou o âmbito da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Segundo a edição desta quarta-feira (05May2021) do “Jornal de Angola”, Monareng fez estes comentários à saída de um encontro com o secretário-geral do MPLA, Paulo Pombolo, oficialmente para tratar da “cooperação entre Angola e a África do Sul, bem como a situação na cidade de Palma, em Moçambique”.
Ao sair da reunião “de cortesia”, decorrida na sede do MPLA, o diplomata sul-africano reiterou o apoio do seu país no combate ao terrorismo em Palma, província de Cabo Delgado, em Moçambique.
Ao referir-se à cooperação bilateral (África do Sul/Angola), Monareng revelou que, até antes do surgimento da pandemia da Covid-19, as trocas comerciais entre os Governos sul-africano e angolano estavam avaliadas em USD 89 biliões.
Sem adiantar novos dados, lamentou que o número tenha reduzido, por causa da pandemia oficialmente descoberta na República popular da China em finais de Dezembro de 2019.
Apesar deste quadro, garantiu existirem muitas empresas sul-africanas a investir em Angola.
O diplomata considerou “históricas” as relações entre Angola e a África do Sul, tendo lembrado que os angolanos deram o seu contributo à luta contra o então regime do
Apartheid, incluindo refúgio de membros anti-regime de Pretória e treinos militares para combater os segregacionistas brancos.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde meados de 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo terrorista Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou perto de um milhão de deslocados e cerca de 3.000 mortes milhares de desaparecidos.
O Governo liderado pelo presidente Filipe Jacinto Nyusi afirma aceitar todo o tipo de apoio, excepto uma intervenção directa de militares estrangeiros para resolver o conflito que devasta vários distritos da província nortenha de Cabo Delgado. (Sul-africanos em Palma)
Redactor