Suspensão justificada

A directora executiva do centro de estudos sobre África da Universidade Nova entende  que a suspensão do apoio internacional a Moçambique é justificada, mas mostrou-se esperançada que o problema seja ultrapassado.

“É uma questão importante e é justificável que os doadores internacionais se tenham retirado, porque não podem dar apoio quando houve uma falha de confiança, mas acredito que tenha sido uma coisa pontual e que esta suspensão é, de alguma forma, um marcar de posição para que haja um incentivo para que situações deste género não se repitam”, disse Cátia Batista.

Em causa está a retirada dos apoios orçamentais e financeiros por parte dos doadores internacionais a Moçambique no seguimento da divulgação de 1,4 mil milhões de dólares norte-americanos de empréstimos contraídos em 2013 e 2014 e que foram escondidos da comunidade internacional, incluindo de instituições com o Fundo Monetário Internacional ou o Banco Mundial.

Em declarações à margem da conferência ‘Desenvolvimento Económico em África’, organizada pelo NOVA Africa Center da Faculdade de Economia da Universidade Nova, que decorre até hoje em Lisboa, Cátia Batista mostrou-se optimista com o futuro de Moçambique.

“Temos de ser optimistas, mesmo reconhecendo que há riscos e que os recursos naturais geram tensões políticas, mas o ponto de partida em Moçambique é excelente porque ao longo dos anos tem havido intervenções de desenvolvimento com grande sucesso, o que criou instituições mais fortalecidas e que podem dar a volta ao problema”, disse.

Nas declarações à margem da conferência, na qual apresentou um estudo sobre o impacto económico da introdução de dinheiro carregado no telemóvel [mobile money] em várias aldeias moçambicanas, Cátia Batista mostrou-se convencida de que “as perturbações podem ser pontuais devido ao ambiente institucional que, apesar de precisar de melhoramentos, dá optimismo de que vão ser capazes de ultrapassar a situação”.

(fonte: Lusa)

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