Tempestade Dikeled devasta impiedosamente província de Nampula
O ciclone Dikeledi, caracterizado por ventos acompanhado por chuvas intermitentes desde a manhã desta segunda-feira, já está a causar danos quer na cidade capital com a destruição de casas de construção precária, alagamento de campos agrícolas (machambas).
De forma impiedosa esta intempérie devastou os distritos costeiros de Nacala-porto, Mossuril e Ilha de Moçambique, onde forçou a paralização total das actividades em instituições públicas e privadas.
Além da destruição de casas, houve queda de postes de transformação de energia eléctrica nas zonas afectadas.
Dados colhidos indicam que ao nível dos distritos costeiros, os governos locais em coordenação com os comités de gestão dos desastres têm vindo a se desdobrar na transferência de famílias que se encontram em zonas propensas.
Porque há pessoas que oferecem resistência para abandonas as zonas propensas, as autoridades estao a intensificar a disseminação de mensagens visando persuadir as pessoas a partirem para áreas reativamente seguras.
Em Angoche, o administrador local disse que foi instalado um sistema de segurança para evitar que eventuais tentativas de navegação na costa daquela região cujos habitantes também se dedicam à criação de gado bovino, produção de mandioca, o milho, arroz, amendoim, feijões, mapira e hortícolas.
Nos distritos visados ao nível da província de Nampula, as chuvas começaram a intensificar se no período da tarde desta segunda feira, e ainda não foram avançados os prejuízos dai causados.
Mas sabe se que há famílias ao relento por perca de casa, postes tombados, machambas alagadas, vias de acesso cortadas.
No domingo o Instituto Nacional de Meteorologia (IINAM) emitiu um aviso laranja face à entrada da tempestade tropical severa Dikeledi no canal de Moçambique – o segundo em menos de um mês -, com previsão de que se evoluiria para ciclone tropical intenso, visando a região Norte desta segunda-feira.
O anterior, o ciclone tropical intenso Chido, de nível 3 (numa escala de 1 a 5), atingiu a zona costeira do Norte de Moçambique na madrugada de 14 de Dezembro, enfraquecendo depois para tempestade tropical severa, continuando, nos dias seguintes, a fustigar as províncias no norte de Moçambique com “chuvas muito fortes acima de 250 mm [milímetros]/24 horas, acompanhada de trovoadas e ventos com rajadas muito fortes”, segundo informação anterior do Centro Nacional Operativo de Emergência.
Dados actualizados recentemente pelas autoridades moçambicanas adiantam que pelo menos 120 pessoas morreram e outras 868 ficaram feridas durante a passagem do ciclone Chido no Norte e Centro de Moçambique.
Este ciclone afectou ainda 687.630 pessoas, o correspondente a 138.037 famílias, nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula, no Norte, e Tete e Sofala, no Centro, segundo o último balanço do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres de Moçambique.
Do total de óbitos confirmados, 110 registaram-se em Cabo Delgado, sete em Nampula e três em Niassa.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre Outubro e Abril.
ELINA ECIATE, em Nampula