Tete dá pontapé de saída no tratamento de lamas fecais

A cidade de Tete, capital da província com o mesmo nome, situada no Centro de Mocambique, vai contar, no segundo semestre de 2025, com uma Estação de Tratamento de Lamas Fecais, cuja primeira pedra para a sua construção foi lançada quinta-feira, 28 de Novembro, pelo Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, durante as cerimónias centrais de celebração do Dia Mundial da Latrina, que se assinalou a 19 de Novembro último, sob o lema “Minha Latrina, Minha Responsabilidade para o Saneamento Seguro”.

Avaliada em 8.7 Milhões de dólares norte-americanos, a infra-estrutura vai permitir o tratamento seguro das lamas fecais das cidades de Tete e Moatize, que serão transportadas através de camiões de sucção e depositadas de forma ambientalmente segura, contribuindo, assim, para a melhoria da saúde pública.

As obras estão inseridas no âmbito do Projecto de Saneamento Urbano (PSU), implementado em parceria com o Banco Mundial, que abrange os municípios de Maputo, Beira, Nampula, Quelimane e Tete, num valor global de 165 milhões de dólares norte-americanos, com vista ao aumento da cobertura e da capacidade de provisão de serviços seguros de saneamento.

“Para além das intervenções em Tete, estão em curso as obras de construção da rede de esgotos e da Estação de Tratamento de Águas Residuais em Quelimane, e de reabilitação da rede de esgotos de Maputo para se conectar à Estação de Tratamento de Águas Residuais de Infulene, inaugurada em Maio último pelo Presidente da República, Filipe Nyusi”, sublinhou Carlos Mesquita.

Ainda em Tete, o governante inaugurou o edifício do Serviço Municipal de Saneamento de Tete (SEMUSATE), o primeiro construído de raiz exclusivamente para a gestão deste importante sector, cujas intervenções abrangem, também, os municípios de Quelimane e Maputo, onde estão a decorrer obras de raiz de reabilitação e expansão.

Efectuou, igualmente, a entrega de 1.100 sanitários domiciliarios, de um total de 4.400 previstos para serem entregues até Setembro de 2025, cuja construção constitui um forma de acelerar a eliminação da prática do “fecalismo a Céu aberto”, uma das principais causas de surtos de cólera, diarreias e mortes, que têm afectado a cidade de Tete, e não só.

“A falta de um saneamento seguro e a não observância de comportamentos higiénicos adequados aumentam os surtos de doenças e epidemias. Aliás, está cientificamente comprovado que um maior investimento na componente de saneamento e higiene significa melhoria da saúde pública, o que contribui para a redução dos investimentos no sector da saúde para combater doenças causadas pela falta de saneamento e higiene do meio”, referiu.

Durante a cerimónia de celebração do Dia Mundial da Latrina foram, ainda, premiados cidadãos que se destacam na promoção das boas práticas de saneamento ao nível das comunidades da cidade de Tete. Pretende-se, através deste acto, reconhecer a importância das lideranças comunitárias e religiosas na promoção das boas práticas de saneamento e higiene.

“Não basta construir as infra-estruturas, é necessário assegurar que se adoptem boas práticas para o seu uso de forma sustentável e resiliente. A promoção de infra-estruturas de saneamento por si só não resolve os problemas de saneamento. Por isso, impõe-se uma mudança de comportamento para garantir um saneamento seguro para todos. A responsabilidade é imputada a todos nós, a todos os níveis”, concluiu Mesquita.

Importa realçar que, ao nível do saneamento rural, o Governo tem estado a realizar intervenções relevantes em todo o País, com destaque para o Programa Nacional de Abastecimento de Água e Saneamento Rural (PRONASAR), que conta com o apoio de múltiplos parceiros de cooperação e desenvolvimento, e o Projecto Água Segura, que cobre as provinciais de Nampula e Zambézia, ambos financiado através do Banco Mundial.

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