TIC

TIC – As tecnologias de informação e comunicação são uma verdadeira revolução na vida das comunidades em todo o Mundo. Os seus inovadores fazem muitos rios de dinheiro.

Os países em vias de desenvolvimento não têm hipótese alternativa de atrasar o uso das tecnologias (TIC).

Com o uso das TIC, hoje é impraticável viajar para fora de fronteiras com passaporte manual. Em todas as fronteiras usa-se passaporte biométrico para o controlo de movimento migratório. Os defensores das tecnologias consideram que a vida torna-se mais fácil, mas sem privacidade individual.

Um amigo que esteve recentemente na Europa a participar numa conferência da União Internacional das Telecomunicações contou que um membro da delegação de Moçambique estava quase em apuros na Alemanha por culpa e conta da migração em Moçambique.

Segundo o meu amigo, o carimbo usado para marcar a saída do viajante do país no Aeroporto Internacional de Maputo tinha muita tinta e sujou o selo do visto, ofuscando a leitura de informação na máquina.

O erro foi detectado no Aeroporto Internacional de Frankfurt, na Alemanha. O oficial de migração, duvidando do visto, pediu ao viajante para mostrar o bilhete de avião de volta para África. Só que o viajante não tinha em mão o bilhete exigido e foi retido enquanto o chefe da delegação procurava resolver o assunto com um colega em Maputo.

O aeroporto de Frankfurt tem internet sem fio ou wi-fi. Usando este tipo de tecnologia de informação e comunicação, o assunto foi resolvido em menos de 30 minutos. A pessoa que estava em Maputo enviou via whatsapp a cópia de bilhete de voo de regresso para África do viajante retido e foi mostrado ao oficial da migração alemã, que de imediato autorizou a entrada.

Entretanto, o incidente levanta outro assunto relacionado com a desconfiança que europeus têm para com africanos que viajam para o velho continente.

Dados recentes indicam que mais de 34 mil africanos morreram no mar Mediterrâneo quando tentavam atravessar para Europa, porque as condições de visto de viagem para o velho continente são muito rígidas e complicadas para os africanos.

No entanto, o mesmo não acontece com europeus em que viajam para África e ninguém se preocupa com eles.

Na África do Sul, os africanos são violentados por africanos locais, mas europeus, incluindo ilegais, são tratados como investidores que devem ser acarinhados.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 26 de Setembro de 2019, na rubrica semanal denominada O RANCOR DO POBRE

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