“Todos teremos de ter segurança”
Tenho ouvido esta frase todos os dias. Esticando as minhas antenas de instinto e vivido nos questionamentos puxando o que está dentro de mim que nunca foi ouvido. Tenho procurado entender o papel do Estado, mas também tenho arriscado saber o papel de um governo eleito.
Não falo de governo de um determinado país, mas de todos que se dizem democráticos. Imaginemos juntos: se todos os cidadãos buscassem as suas próprias seguranças, não estaríamos a reduzir as forças e a robustez do Estado?
Não estaríamos a abrir brechas para confiar mais em bandidos que no próprio Estado? Não estaríamos a abrir espaço para armar o país e esperar o pior? Ou há uma tónica velada cujo teor é que cada cidadão deve procurar se defender e não pode contar com o Estado?
O papel de um governo eleito não é assegurar a integridade dos seus cidadãos? Defender junto do Estado o seu povo? O presidente não é pelo povo? Ou é pelo seu umbigo?
Um Estado cujas políticas públicas de defesa sejam frágeis abre precedentes para uma anarquia. Um povo que não se revê no programa de governação vira um monstro e perigoso. A esse povo nada resta e nem tem nada a perder.
Um governo que perde credibilidade diante do povo revolta-se e vira uma autêntica associação de criminosos, bandidos, narcotraficantes, ferozes e letais. Formam os seus grupinhos em defesa dos seus interesses e em busca de eliminar quem tenha pretensão de abrir a vista do povo cego.
Tivemos ao redor do mundo governos que se diziam intocáveis, mas foram abaixo. Algum dia, o povo oprimido ganhará liberdade e dançará de alegria ao alcançar a independência total. E, como se diz, “aqui se faz e aqui se paga”. Tarde ou cedo, todos os que causaram mal a este povo pagarão as suas facturas.
O mundo é como um restaurante, pediu algo, não sai sem pagar.
JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA
Este artigo foi publicado foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 20 de Fevereiro de 2024, na rubrica OPINIÃO.
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