Transmissão televisiva – qualidade precisa-se!
Uma das melhores invenções do Homem para a socialização das famílias é a televisão.
É gratificante ver um bom programa de televisão apresentado por bons profissionais.
Reciprocamente, é frustrante acompanhar uma transmissão televisiva onde o canal só se preocupa em ocupar espaço de antena para cobrir o compromisso de transmitir durante 24 horas por dia.
Preocupante ainda é a falta de alternativa, porque no mesmo período do dia os canais transmitem conteúdos semelhantes.
Temos proliferação de canais de televisão sem conteúdo. Não sei qual é o critério usado no licenciamento de canais televisivos, mas urge controlar a qualidade do conteúdo que oferecem.
Há apresentadores que usam o espaço de antena dos seus canais para brincar, desinformar, fofocar… sem nenhum valor acrescentado. As crianças gostam de televisão, mas os conteúdos transmitidos por alguns canais deixam muito a desejar.
O apresentador está em directo, não tem cuidado com a linguagem, comunica-se como se estivesse no seu meio social (xitique da rua, barraca ou salão de cabeleireiro).
As pessoas, antes de criarem um programa, devem passar por uma formação específica para saberem lidar com diferentes situações que ocorrem quando se está em directo na televisão.
De tantos canais disponíveis, apenas três a quatro apresentam uma qualidade de transmissão a 60% do desejável.
Alguns canais até deviam ser descontinuados para se organizarem melhor em termos de infra-estruturas, equipamento, qualidade de apresentadores e grelha de programas.
Há necessidade de profissionalizar as transmissões televisivas, observando, entre outras, as seguintes práticas:
– Rever periodicamente a grelha de programação;
– Inovar nos cenários de cada programa, evitando o risco de saturação e perca de interesse pela audiência;
– O apresentador do telejornal deve ser uma cara fixa, apenas se deve mudar em casos de força maior. É a cara do TJ;
– Profissionalizar os roteiristas para que não haja troca de peças durante a transmissão;
– Cada imagem de uma pessoa associada a uma notícia deve ter o seu nome e função/entidade. SEMPRE!
– Todo o programa em repetição deve referir-se na tela REPETIÇÃO e não passar “Directo”;
– Fazer o resumo dos principais destaques para o telejornal (serão notícias: “A”, “B” e “C”);
– Resumir as notícias (foram notícias: “A”, “B” e “C”);
– Não imitar a programação de um outro canal;
– Planificar a ocupação do estúdio onde decorre o programa;
– Não esfregar as mãos durante o programa;
– Para cada entrevista preparar um roteiro;
– Não repetir excessivamente as notícias dos dias anteriores;
– Não cortar a locução de uma personalidade sem acertar o ponto da pausa;
– Usar indumentária apropriada para se apresentar em público;
– Não gritar ou rir alto com o programa no ar;
– Não sair do programa sem se despedir da audiência;
– Servir um copo de água a todos os participantes do programa;
– Partilhar a gravação do programa com todos os participantes;
– Usar lapelas para todos os intervenientes;
– Usar teleprompter para a apresentação do telejornal; e
– Não exagerar na maquilhagem dos participantes no programa.
Pesquisa, atracção, orientação e gestão de talento
É sabido que o ser humano nasce com inteligência natural, cujas características variam de indivíduo para indivíduo. A diferenciação é feita através do Coeficiente de Inteligência (QI).
O QI do indivíduo não se identifica a olho nu, mas existem técnicas e especialistas que permitem tipificar o QI do indivíduo.
Por vezes somos surpreendidos com situações atípicas como:
– Um cidadão sem nível de instrução assinalável com uma capacidade de memorizar uma quantidade de informação que lhe permite responder em tempo recorde qualquer questionamento sobre o que quer que seja. Exemplo:
1. Na geografia dos continentes, conhece todos os países e as respectivas capitais;
2. No calendário dos anos, é capaz de associar a data do calendário e dia da semana a qualquer ano;
3. Há inovadores de palmo e meio e sem instrução assinalável que criam um dispositivo, uma máquina usando técnica de recurso a desperdícios, entre outros exemplos.
Na sala de aula, é comum os professores depararem-se com alunos superdotados de conhecimento que se situam a um nível mais elevado que dos seus colegas e estes, chegando a embaraçar o próprio professor.
Este tipo de alunos perde muito tempo estudando as classes no ritmo dos demais, pois o seu QI é avançado.
A questão é:
– Como valorizar este tipo de pessoas para o desenvolvimento do país?
– Criar uma legislação para pesquisa, atracção, orientação e gestão de talento;
– atribuir competências aos sectores específicos, designadamente, ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia e Secretaria de Estado para o Ensino Técnico-Profissional;
– Criar uma instituição de incubação, onde serão aprofundadas as pesquisas sobre o seu potencial, por forma a se apurar a área certa para uma formação especializada;
– Criar curricula diferenciados do SNE por forma a assegurar a rápida conclusão dos níveis básico e médio;
– Dar bolsa de estudos para especialização em investigação e inovação.
Em qualquer das fases, os visados devem ser acarinhados com recursos materiais, financeiros e logísticos.
Saúde pública x estratégia de comunicação
“O nosso maior valor é a vida”, diz o slogan do Ministério da Saúde (MISAU).
Será que estamos a ter uma boa estratégia de comunicação, sobretudo, para a prevenção de doenças?
Senão vejamos,
– Sabemos que uma boa parte da verdura consumida na cidade de Maputo provém da Zona Verde, compreendendo Mulauze e cintura, entre bairros de Infulene e do Jardim.
Na semana passada, circulou nas redes sociais uma notícia em forma de alerta, exortando o cidadão a evitar comprar verduras nos mercados porque teria havido ruptura de tubos que transportam águas negras para um ponto dentro das hortícolas adjacentes ao bairro de Jardim.
Ora, verdade ou não, esta notícia merece uma reacção das entidades competentes, no caso, autoridades sanitárias e do ambiente.
Se a notícia for real, devem ser tomadas medidas preventivas que orientem a acção do produtor e do consumidor face ao ocorrido.
Não podemos deixar que as verduras continuem a ser comercializadas como se nada tivesse acontecido, mas também devemos tomar medidas de controlo que vedam a comercialização das verduras produzidas naquele sítio por um período determinado.
A vereação de Saúde no município deve assegurar a sensibilização dos revendedores para que adquiram a verdura em outras zonas enquanto a situação durar.
Havendo período de veda para a venda de hortícolas daquele ponto, o município deve colocar em plantão a Polícia Camarária para impedir qualquer tipo de comercialização naquela cintura.
Se não for verdade, dado o impacto da notícia para todo o universo que recebeu, que se encontre uma estratégia de comunicação para desmentir e incentivar a comercialização e consumo das hortaliças produzidas naquele local.
O desmentido deve ser em fontes oficiais de maior abrangência por forma a reactivar a actividade comercial de hortícolas nas diferentes formas.
Na mesma senda, relativamente ao frango e seus derivados, é oficial que estamos com um surto localizado em algumas províncias, o que ditou a tomada de medidas por parte das autoridades de tutela.
Entretanto, nas prateleiras das casas especializadas na venda de produtos frescos, abunda frango nacional e estrangeiro e nos mercados tradicionais temos frango vivo nacional.
* analista sénior de Organização e Métodos (O&M)
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 31 de Outubro de 2023, na rubrica de opinião denominada Nunca é tarde, tudo se treina!
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