Trégua para a Junta
Trégua oferecida à Junta Militar da RENAMO pelo Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, para permitir que os seguidores de Mariano Nyongo adiram ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).
Esta “oferta” de Nyusi foi tornada pública hoje em Pemba, capital da província nortenha de Cabo Delgado, e segundo o chefe de Estado, visa acabar com mortes entre os moçambicanos.
No entanto, Filipe Jacinto Nyusi, comandante-em-chefe das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, advertiu que caso as forças governamentais sejam atacadas retaliarão em conformidade.
“Caso o inimigo ataque as Forças de Defesa e Segurança durante esta semana de tréguas que oferecemos à Junta Militar da RENAMO [as Forças de Defesa e Segurança] responderão em conformidade”, advertiu o chefe de Estado, que falava numa “reunião retiro” de quadros do partido Frelimo, governamental, reunidos em Pemba para buscar soluções sobre a insegurança prevalecente nas regiões Centro e Norte de Moçambique.
Moçambique está a enfrentar dois focos de violência armada brutal, no Norte, protagonizada por “insurgentes” alegadamente sem rosto e motivações conhecidos e no Centro, movida por activistas da Junta Miliar da RENAMO, encabeçada por Mariano Nyongo, um dissidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).
O Major-General Mariano Nyongo, velho estratega da guerrilha da RENAMO, diz estar a desencadear acções armadas por estar contra a liderança do general Ossufo Momade do partido da “perdiz”.
resta saber qual será a resposta de Nyongo à oferta de trégua oferecida por Nyusi.
Ossufo Momade, ele também um veterano da guerrilha, foi eleito em Janeiro deste ano em congresso da RENAMO realizado em Gorongosa, Sofala, para preencher a vacatura aberta com a morte de Afonso Macacho Marceta Dhlakama, em 03 de Maio de 2018, no seu refúgio na Gorongosa.
A guerra no Norte de Moçambique já causou milhares de mortos e outros tantos deslocados, para além de destruições incalculáveis de bens de privados e públicos.
Na região Centro da república de Moçambique, as mortes se contam às dezenas e os deslocados aos milhares, para além de diversas danos materiais.
(Correio da manhã de Moçambique)