Tréguas por mais 60 dias
O acordo de tréguas alcançado via telemóvel entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, será estendido por mais dois meses, conforme disse ao Correio da manhã uma fonte envolvida no esforço.
Afonso Dhlakama, que no passado dia 01 deste Janeiro completou 64 anos de idade relativamente relaxado por conta de uma trégua de uma semana por si decretada em finais de Dezembro de 2016, deverá dirigir-se à nação via rádio para formalizar o prolongamento da oferta na manhã desta terça-feira.
António Muchanga, porta-voz oficial da Renamo, interrogado pelo Correio da manhã na tarde desta segunda-feira, declinou confirmar ou desmentir a informação, remetendo uma eventual resposta à nossa pergunta para a declaração que Dhlakama fará esta terça-feira (03 de Janeiro, às 09h00).
Jacinto Nyusi e Afonso Dhlakama têm falado ao telefone e trocado mensagens via Watsaap numa de negociar a paz definitiva para Moçambique, com aparentes resultados, quando comparado com o desempenho de uma numerosa Comissão Mista composta por elementos do regime de Maputo, Renamo e mediadores nacionais e internacionais.
O entendimento para o alargamento das tréguas deve-se à evolução das conversações entre a Renamo e o Governo da Frelimo, apesar de algumas violações protagonizadas por “indivíduos sem rosto” que mataram um destacado responsável da “perdiz” em Nampula e atacaram uma localidade nas imediações da serra da Gorongosa, na semana passada em pleno “intervalo de tiros”.
Segundo o nosso informante, a interrupção das hostilidades militares será estendida até a realização da primeira sessão da Assembleia da República de 2017, onde se espera que sejam discutidos os pontos levantados pela Renamo, com enfoque destacado para a questão da descentralização governativa.
A Renamo exige a governação das seis províncias onde teve maior número de votos, defendendo que o escrutínio de Outubro de 2014 foi fraudulento.
Redacção